sexta-feira, 31 de março de 2023

O NECROTÉRIO DE ANTONINA

 O NECROTÉRIO DE ANTONINA


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O NECROTÉRIO DE ANTONINA

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Ano de 1966.
Aristides era um rapaz trabalhador. Ele tinha 33 anos, morava no Bento Cego, próximo à casa de Capitão Saíra. Ari, como era comumente chamado, era casado com Palmira e tinham 5 filhos menores de idade.

O pai de Ari, senhor Jeremias, estivador, havia morrido em dezembro de 1960, em consequência de um acidente de trabalho, quando foi esmagado por um contêiner.

Aristides e o pai haviam brigado no início de 1960. Na briga, senhor Jeremias deu um tiro na perna do filho.

A vida continuou e os dois não voltaram a se falar.

28 de outubro de 1966. Era verão e geralmente nos finais de semana, assim como todo bom antoninense, Ari e sua família ou iam no Rio do Nunes ou iam na Prainha da Ponta da Pita se banhar. Neste dia, eles foram na Ponta da Pita.

Durvalino, de 10 anos, filho de Aristides, estava nadando na costa quando foi levado por uma corrente de retorno e acabou se afogando. O homem, mesmo com dificuldades para nadar devido às secuelas do tiro que levara de seu pai, assim que viu o filho se afogando, tentou socorrê-lo.

Não conseguiu...

Ambos acabaram morrendo.

02h30min da madrugada do dia 29 de outubro de 1966.
Os corpos do pai e do filho estão no necrotério para o médico legista, doutor Albuquerque, fazer o exame de necropsia. Naquele plantão, haviam muitos corpos.

A auxiliar de necropsia do médico era a jovem Edviges Bernardes, a Dinha, uma moça que ainda tinha certo receio com a profissão.

Assim que a necropsia é realizada, Edviges fica aguardando um familiar dos falecidos e o plantonista da Funerária "São Manoel" para fazerem a retirada dos corpos.

Enquanto a auxiliar espera, há uma queda de energia, que a deixa apavorada.

Dois minutos depois, a energia é restabelecida. Então, a auxiliar respira fundo e fica mais aliviada.

Alguém bate na porta da sala do necrotério. Edviges se levanta e abre. Era um senhor que ela não conhecia.

A moça então pergunta se ele era da família do Aristides. Então, o senhor responde:

- Sim, sou o pai dele.

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- Por Jhonny Arconi

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