quinta-feira, 30 de março de 2023

O viajante alemão Hans Staden esteve na Baía de Paranaguá no ano de 1549 por acaso. Em seu relato no livro Viagem ao Brasil, publicado em 1557 na cidade de Marburgo, ele descreve o evento ocorrido no litoral paranaense.

 O viajante alemão Hans Staden esteve na Baía de Paranaguá no ano de 1549 por acaso. Em seu relato no livro Viagem ao Brasil, publicado em 1557 na cidade de Marburgo, ele descreve o evento ocorrido no litoral paranaense.


Nenhuma descrição de foto disponível.

O viajante alemão Hans Staden esteve na Baía de Paranaguá no ano de 1549 por acaso. Em seu relato no livro Viagem ao Brasil, publicado em 1557 na cidade de Marburgo, ele descreve o evento ocorrido no litoral paranaense.

Que no dia 24 de novembro do ano de 1549, quando estavam próximos ao continente, cresceu de vulto uma tempestade e a tripulação temia a colisão com as rochas da costa que avistavam “[...] Quis Deus, entretanto, que ao chegarmos avistássemos um porto e nele pudéssemos entrar [...] Logo depois apareceu um barco de selvagens (tupiniquins) com mostra de nos querer falar. Permitimos que se aproximassem; nenhum de nós, porém, entendia a língua deles e o mais que fizemos foi dar-lhes facas e anzóis, com o que nos deixaram e voltaram para a terra. À noite veio outro barco de indígenas, desta vez trazendo consigo dois portugueses [...] disseram-nos os portugueses que estávamos em Suprawa (Superagui), a dezoito léguas da Ilha de São Vicente (litoral de São Paulo), que pertencia a Portugal [...] Perguntamos a que distância ficava a Ilha de Santa Catarina [...] soubemos que a 30 milhas para o sul, mas que lá havia uma tribo de selvagens carijós da qual devíamos acautelar-nos. Já dos indígenas do porto de Superagui nada devíamos temer [...]”.

Na xilogravura (técnica de impressão utilizada até o séc. XVIII +ou -), do livro de Staden que representa o momento e é considerado o primeiro mapa da baía, percebemos a nau (navio) num mar revolto, com a proa embicada para a terra. Um grande peixe figura na parte de baixo, sugerindo a brutalidade dos elementos naturais. Dentro do navio, os marinheiros de mãos juntas parecem estar rezando. A baía é mostrada por uma reentrância com três ilhas em seu interior, representando as suas barras. Na parte de cima, há a representação de dois animais, um jaguar e talvez um gambá, com a palavra Suprawa. Montanhas e árvores representam respectivamente o relevo e a vegetação do entorno da baía.

REFERÊNCIAS:

SAMPAIO, Theodoro, LOGREN, Alberto. Hans Staden. Viagem ao Brasil. Rio de Janeiro, 1930.

PICANÇO, Jefferson de Lima, MESQUITA, Mari José. A Cartografia Primitiva da Baía de Paranaguá (Séculos XVI - XVII) e os Limites da América Portuguesa. Porto, 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário