Nos anos 1980, trabalhava no Colégio Camões da André de Barros e, volta-e-meia, diretoria e professores costumávamos terminar a noite comendo um suculento churrasco ou outro prato clássico no "Bar Palácio", quando ainda era na Barão, um point da Curitiba Antiga que ainda persiste servindo seus tradicionais pratos.
Quase centenária placa "Ao Churrasco Palácio ...", e seus lendários assadores e garçons.
Neon indicativo, hoje instalado na Rua Andre de Barros, 500.
A grelha com altura regulável somada à granulação do carvão, propiciam um churrasco assado em tempo recorde.mm
O "Mineiro com botas", o arremate imperdível.
RELEMBRANDO O INESQUECÍVEL BAR PALÁCIO
Nos anos 1980, trabalhava no Colégio Camões da André de Barros e, volta-e-meia, diretoria e professores costumávamos terminar a noite comendo um suculento churrasco ou outro prato clássico no "Bar Palácio", quando ainda era na Barão, um point da Curitiba Antiga que ainda persiste servindo seus tradicionais pratos.
Pesquisei, pesquisei e gostaria de compartilhar com todos esta pérola:
"O Bar Palácio, inaugurado em 1930, é considerado um dos restaurantes mais antigos e tradicionais de Curitiba. Prova disso é que existem livros e até dissertação de mestrado sobre o lugar. Impressionante, não? Durante muitos anos ele funcionou até às 7h30 da manhã, por isso era comum encontrar senhoras e senhores muito bem arrumados vindos de teatros e outras festividades, sentados ao lado de pessoas comuns que trabalhavam à noite.
Falou-se que, durante muito tempo, só entravam mulheres acompanhadas por homens; para evitar que o restaurante fosse frequentado por moças de "vida fácil", que queriam entrar no bar por motivos não-gastronômicos. Em 1984 um grupo de feministas baixou lá com imprensa e polícia motivadas por esse folclore. Resultado: um processo que foi ganho pelo Bar e ampla divulgação nos meios de comunicação, o que fez que todas as mulheres da cidade tivessem curiosidade em conhecer o local.
Até pareceu jogada de marketing, mas não foi. Confesso, que eu mesma, fui a primeira vez em 1989, muito curiosa por essa história. Desde essa época sou frequentadora assídua e entusiasmada.
O local é bem simples e boêmio, com um estreito salão, com mesas de fórmica e sem toalhas. Como decoração, muitas fotos, recortes de jornal e prêmios. É acolhedor e despretensioso como a casa de um familiar querido e idoso.
As atividades são iniciadas com uma salada de cebolas, farofa, cerveja bem gelada e uma latinha de azeite. As opções de vinhos, infelizmente, são poucas e caras.
Enquanto isso, o churrasco paranaense fica assando na churrasqueira, bem a altura dos nossos olhos. Sim, você vai sair de lá cheirando carne, mas sairá feliz! Churrasco temperado com sal, vinagre, água e muito alho. Veja que poético o texto que descreve a iguaria no livro O folclórico Bar Palácio: "O churrasco paranaense, que dificilmente alguém faz igual, entra e desce com tranquilidade, redondinho, não se sabe até hoje se por causa do gosto do prato ou da fome de quem o come naquele momento. De qualquer forma era digerido a ponto de ser lembrado igual em todo o momento parecido ou congênere, ao luar ou ao sereno das madrugadas mais sutis.".
E aqui o resultado desse suculento T-bone. Também pedimos um frango ensopado. Mas o cardápio é extenso, umas 100 opções, em 23 anos ainda não cheguei nem na metade...
E a melhor farofa com ovo que existe na Via Láctea. Juro que não é exagero... Embora tudo que tenha ovo já dispara no meu conceito.
E encerrando os trabalhos da noite não é necessário pensar muito a respeito, basta pedir a sobremesa que vem pegando fogo: o Mineiro com Botas.
Explicações necessárias: panqueca feita com 2 ovos, 2 bananas, 50g de queijo e 50g de goiabada. Serve 3 pessoas com folga. É coberto com açúcar e flambado ao rum. Afinal comemos com os olhos também! Lindo! E não comer o Mineiro, ops, é como ir a Roma e não ver o Papa.
E depois de toda a comilança, a sensação de aconchego e segurança, afinal são 83 anos de história."
Endereço atual: Rua André de Barros, 500, quase esquina com Barão do Rio Branco.
(Texto de Fernanda Garcia, em: destemperados.clicrbs.com.br)
Paulo Grani
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