A COLÔNIA POLONESA EM CURITIBA
Em 19/12/1953, colonos poloneses desfilam pela Rua XV de Novembro, Curitiba, comemorando o Centenário da Emancipação Política do Paraná.
A COLÔNIA POLONESA EM CURITIBA
Em 19/12/1953, colonos poloneses desfilam pela Rua XV de Novembro, Curitiba, comemorando o Centenário da Emancipação Política do Paraná.
Sobre o caminhão, a figura do imigrante polonês segurando em suas mãos a abundância da colheita produzida pelas fortes mãos que lavram a terra.
Oriundos de uma Europa palco de guerras, migram para o Brasil e recebem em seu coração a nova Pátria que agora os acolhe de braços abertos para formarem suas famílias e desfrutarem das riquezas que eles irão produzir.
Embora alguns poloneses já tivessem vindo pontualmente ao Brasil nos séculos 17 e 18, a maioria começou a chegar ao Brasil no século 19, principalmente na segunda metade, quando famílias de colonos vieram para aqui se estabelecer e começar uma nova vida.
Em agosto de 1869, registra-se a entrada das primeiras 16 famílias polonesas com o objetivo de se estabelecerem definitivamente no Brasil. Originárias da localidade de Siolkowice, região de Opole, província da Silésia, na época sob ocupação prussiana, foram encorajadas por Sebastião Edmundo Wos-Saporski, já residente no Brasil e posteriormente considerado o pioneiro da imigração polonesa no Brasil. Esse grupo veio a bordo do vapor Vitória, desembarcou em Itajaí(SC) [...]
Em 1871, com a ajuda do Padre Antônio Zieliński, bem relacionado na corte de D. Pedro II, no Rio de Janeiro, Wos-Saporski, mais tarde cognominado o "Pai da Colonização Polonesa no Paraná", conseguiu permissão do imperador para que esse grupo (como cidadãos alemães), já ampliado (32 famílias), pudesse migrar para a colônia Pilarzinho na região de Curitiba, no Paraná, fundando desta forma, a primeira colônia polonesa no Brasil.
Em 1873, mais 64 famílias (258 pessoas) desembarcaram em Santa Catarina e novamente com a ajuda de Wos-Saporski e a autorização de Frederico José Cardoso de Araújo Abranches, então presidente da Província do Paraná, estabeleceram-se a 6 Km de Curitiba no atual bairro Abranches.
No Paraná, graças à ação de Adolfo Lamenha Lins, que presidiu a província entre 1875 e 1877, houve uma sincronia entre a colonização do território, o desenvolvimento rural e a imigração. Lamenha compreendia a diferença entre a imigração espontânea e a oficial, logo, durante seu governo, incentivou a fixação de novos imigrantes no Paraná ao custear a viagem destes a partir dos portos de Paranaguá (PR) e São Francisco (SC) até Curitiba e ao criar diversos núcleos coloniais agrícolas. Também investiu na infraestrutura e no acesso, possibilitando a circulação de mercadorias e garantindo o abastecimento de gêneros alimentícios para os mercados próximos.
No último relatório enviado à Assembleia Legislativa (1877), Lins afirma que seis mil imigrantes viviam nos arredores da capital. As mais importantes colônias fundadas nesta época foram: Santa Cândida (1875), Orleans (1875), Thomas Coelho (Araucária -1876), Santo Inácio (1876), Dona Augusta (1876), Lamenha(1876), D. Pedro II (1876), Rivière (1877).
Em 1878, foram criadas as colônias Murici, Zacarias, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly. Também em 1878, 28 famílias de imigrantes poloneses estabeleceram-se na Colônia Moema, no Município de Ponta Grossa. Logo depois, mais famílias chegaram no município, surgindo novas colônias: Taquari, Guaraúna, Rio Verde e Itaiacoca.
A primeira escola dirigida por um imigrante polonês no Paraná foi aberta em outubro de 1876 por Jerônimo Durski na colônia Orleans, em Curitiba.
Até o ano 1889, chegaram no Brasil 8080 pessoas, das quais 6530 se fixaram no Paraná, 750 em Santa Catarina, 300 no Rio Grande do Sul, e 500 em outros estados.
(Foto: danosa.com.br)
Paulo Grani
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