domingo, 22 de maio de 2022

O CORREIO DE CURITIBA FEITO EM MONTARIAS E DILIGÊNCIAS No livro "A Gênese do Museu Paranaense", de Edilberto Trevisan, escrito com base nos Arquivos do Museu Paranaense, há a seguinte descrição do dia-a-dia de Curitiba nos idos de 1876, sobre os itinerários do Correio Geral da Província:

 O CORREIO DE CURITIBA FEITO EM MONTARIAS E DILIGÊNCIAS
No livro "A Gênese do Museu Paranaense", de Edilberto Trevisan, escrito com base nos Arquivos do Museu Paranaense, há a seguinte descrição do dia-a-dia de Curitiba nos idos de 1876, sobre os itinerários do Correio Geral da Província:


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O CORREIO DE CURITIBA FEITO EM MONTARIAS E DILIGÊNCIAS
No livro "A Gênese do Museu Paranaense", de Edilberto Trevisan, escrito com base nos Arquivos do Museu Paranaense, há a seguinte descrição do dia-a-dia de Curitiba nos idos de 1876, sobre os itinerários do Correio Geral da Província:
" [...] Ali, naquelas portas, é o Correio Geral da Província. Lá no fundo, está sentado o Tenente Coronel José Antônio Martins, marido de Nhá Florência, nossa conhecida. Está despachando com seu praticante, o poeta Luiz Ferreira França, aquele rapaz de bela caligrafia. Deve ser dia de fechar mala para o litoral.
Daqui partem todas as linhas do Correio para a Província:
- de Curitiba a São João da Graciosa, a pé;
- de Curitiba a Antonina, de carreta e animais cargueiros;
- de Curitiba a São José, em animal montado;
- de Curitiba a Lapa, idem;
- de Curitiba a Campo Largo, montado;
- para a Vila de Nossa Senhora do Amparo de Votuverava, também montado.
- Fazem conexão com as linhas de Antonina a Paranaguá; de Paranaguá a Guaratuba e Paranaguá a Guaraquessaba, de canoas.
- No interior, Lapa a Palmeira; de Castro a Jaguariaíva, de Castro a Tibagi, de Ponta Grossa a Guarapuava, todas em montaria.
Uma verdadeira rede de comunicações, por todos os quadrantes provinciais. [...]".
Note-se que alguns itinerários foram citados como sendo feitos em "animal montado", os demais foram chamados de "montarias, carretas e animais cargueiros".
Estes últimos itinerários, com certeza, eram feitos pelo conjunto das chamadas diligências que aparecem na pintura de Hugo Calgan, de 1881, intitulada "Estação de Diligencia de Curitiba", as quais estão estacionadas na frente da Oficina da Empresa Postal e da hospedaria do sr. Julio Eduardo Gineste, logo ao lado.
As duas icônicas construções revelam um momento fascinante da história de Curitiba, daquele tenro início quando ela ainda possuía quatorze ruas, e no espaço livre entre as duas edificações, um largo foi deixado para circulação dos habitantes e suas conduções e, ainda, como estacionamento das diligências e seus animais de tração, ambiente parecido com as paisagens dos filmes de faroeste americano.
A oficina abrigava a administração do Serviço Postal descrito no texto acima, enquanto a hospedaria abrigava imigrantes e visitantes, vindos de outras paragens da Comarca, do país e até do exterior.
O paço descrito é hoje o Largo da Ordem.
Paulo Grani

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