sexta-feira, 20 de maio de 2022

TROPEIROS E O LARGO DA ORDEM Estava lendo sobre o antigo "Páteo de Nossa Senhora do Terço", hoje conhecido como Largo da Ordem (Largo Cel. Éneas), o qual foi palco do intenso comércio havido entre os imigrantes e os tropeiros vindos do Sul, até começo do século 20.

 TROPEIROS E O LARGO DA ORDEM
Estava lendo sobre o antigo "Páteo de Nossa Senhora do Terço", hoje conhecido como Largo da Ordem (Largo Cel. Éneas), o qual foi palco do intenso comércio havido entre os imigrantes e os tropeiros vindos do Sul, até começo do século 20.


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TROPEIROS E O LARGO DA ORDEM
Estava lendo sobre o antigo "Páteo de Nossa Senhora do Terço", hoje conhecido como Largo da Ordem (Largo Cel. Éneas), o qual foi palco do intenso comércio havido entre os imigrantes e os tropeiros vindos do Sul, até começo do século 20. O pátio abrigou, além dos carroções e carroças dos colonos, também as caravanas de tropeiros que paravam em Curitiba para descansar, comercializar e reabastecer-se para seguir seu caminho.
A saga da empreitada diária dos Tropeiros foi de tal importância para o crescimento daquela incipiente Curitiba, que merece ser contada em amiúde:
" ... vinham por intermináveis caminhos, abrindo matas, atravessando rios, montanhas e seguindo trilhas de outros que ali antes passaram, participando da mesma aventura. Eram homens, animais e suas cargas. Muitos eram os que viviam deste árduo e venturoso trabalho. Eram os corajosos e destemidos Tropeiros.
Cruzando os sertões sob as mais adversas condições, o tropeiro transportava para as localidades mais remotas, tanto mercadorias de primeira necessidade, como artigos importados. Intermediava negócios, comprava e vendia animais, levava e trazia noticias e correspondências. O vai-e-vem tropeiro misturou tradições, usos e costumes da época, algo que viria, através do tempo, influenciar fortemente as práticas culturais e religiosas das regiões por eles visitadas.
As tropas eram formadas por um triângulo de união entre o tropeiro, o animal e a mercadoria a ser transportada por caminhos sem fim. A tropa podia ser de um único fazendeiro, ou então da reunião de vários lotes, de diferentes proprietários, que se reuniam para a realização deste fim em comum. O tropeiro era o principal responsável pela tropa, e a ele cabia toda a responsabilidade de entregar a encomenda inteira e saudável no seu destino.
Haviam casos em que a tropa tinha como tropeiro o próprio fazendeiro, dono dos animais ou mercadorias, ou situações em que eram contratados tropeiros experientes para a condução da comitiva. Poderiam ser também, tropas arreadas ou chucras e rebeldes. Na tropa arreada, as mulas portavam cangalhas, ou seja, armações de madeira colocadas sobre o seu lombo e que servia para sustentar a carga, distribuída dos dois lados do animal. As mulas carregavam as mais diversas mercadorias. Desde mantimentos, louças, roupas, ferramentas e utensílios, quase tudo previamente encomendado. Já a tropa chucra ou braba era composta por animais selvagens, rústicos e de grande resistência, aptos a caminhar pelos caminhos mais difíceis e eram domados ao longo do trajeto. [...]
Mesmo não sendo considerado um ciclo econômico, o tropeirismo produziu um sistema econômico e social que, no Sul do Brasil, constituiu-se no mais importante fator de estruturação das fronteiras paranaenses. Atribuir aos tropeiros, apenas a condição de transportador de gado/mercadoria é muito pouco para o que ele realmente representou. ...".
Extraído/adaptado de: mobile.radionajua.com.br.
(Fotos: mobile.radionajua.com.br, Pinterest, gazetadopovo.com.br)
Paulo Grani.

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