segunda-feira, 30 de maio de 2022

O CIRCO EUROPEU EM CURITIBA Não consegui foto do Largo Osório anterior à 1905, no entanto, a história nele ocorrida dez anos antes, rica em detalhes, certamente transportará o leitor àquelas paragens no tempo.

 O CIRCO EUROPEU EM CURITIBA
Não consegui foto do Largo Osório anterior à 1905, no entanto, a história nele ocorrida dez anos antes, rica em detalhes, certamente transportará o leitor àquelas paragens no tempo.


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O CIRCO EUROPEU EM CURITIBA
Não consegui foto do Largo Osório anterior à 1905, no entanto, a história nele ocorrida dez anos antes, rica em detalhes, certamente transportará o leitor àquelas paragens no tempo.
" [...] Uma das grandes atrações do ano de 1895 foi a chegada do Circo Europeu, de propriedade de Paulo Serino. Estabelecendo-se no Largo Osório, o circo permaneceu por dois meses animando as noites e matinês dos curitibanos. Pelos comentários da imprensa, no entanto, havia muito que esta companhia vinha a Curitiba. "Sem fazer grandes reclames, mas confiando nos seus méritos e nos aplausos que hà mais de 20 anos tem recebido dos paranaenses, o festejado artista Paulo Seriño fez estrear sábado ultimo a sua grande companhia, colhendo verdadeiro sucesso".
O comércio local também procurava beneficiar-se desses eventos. O proprietário da Confeitaria Universal, Roberto Bube, através do Jornal A República, comunicava a instalação do "Botequim do Bube", junto ao circo, oferecendo doces, bebidas, comidas frias e, a grande novidade, "os apetitosos schopps, bebida nunca vinda ao Paraná! "
Malabaristas, ginastas, amestradores de animais, palhaços, encenações teatrais. Esses acontecimentos constituíam-se em um grande chamariz de público. As funções ocorriam várias vezes por semana. Os artistas, reverenciados, chegavam a ser motivo de divergências entre os freqüentadores do circo.
Um periódico da época escreveu: "Felizmente tem reinado a melhor ordem no recinto do circo; até hoje não se tendo dado ali o menor distúrbio, o que é motivo para felicitar-se às autoridades civis e militares, bem como aos seus subordinados, pela correção do serviço na manutenção da ordem. Quanto à manifestação dos partidários, é justo que se diga que de maneira alguma podem agradar as pateadas à esta ou àquela artista, propositalmente, porquanto cada uma trabalha no seu gênero, com satisfação para a generalidade dos espectadores. Que os partidários cubram de ovações as suas artistas prediletas, é de todo digno de aplausos porque lhes serve isso de estímulo; mas o que não achamos justo, é que os trabalhos das artistas que são desafetas a um grupo, sejam perturbados por assuadas e outras manifestações de desagrado, de que elas não podem ser merecedoras, por quanto são boas artistas e trabalham diferentemente, cada uma em seu gênero.
Em dias distintos, cada "musa circense" era ardorosamente homenageada por seu fa-clube, que durante a sessão lhe dedicava poemas, flores e presentes. Uma forma de retribuição da companhia, pelo tratamento acolhedor que recebiam, era a realização de espetáculos beneficentes, como o que ocorreu em prol da Santa Casa, pouco antes de o grupo retirar-se da capital paranaense, em setembro de 1895."
(Extraído de: memorias.ufpr.com.br)
Paulo Grani

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