O INESQUECÍVEL QUEBRA-QUEIXO
"Quebra-queixo… Ô quebra-queixo… Ô quebra-queixo…”.
É assim que os vendedores dessa cocada muito especial avisam, em alto e bom tom, a sua chegada a quem estiver por perto.
"Quebra-queixo… Ô quebra-queixo… Ô quebra-queixo…”.
É assim que os vendedores dessa cocada muito especial avisam, em alto e bom tom, a sua chegada a quem estiver por perto. Eles perambulam pelas ruas empurrando carrinhos com tabuleiros de alumínio ou madeira cheios de uma cocada dourada escura e caramelizada, doce, mas com um azedinho de limão que faz a diferença. Além desses itinerantes, há os que escolhem pontos fixos em esquinas, praças, mercados, circos e parques de diversões pelo Brasil afora.
O ofício de cocadeiro inclui fazer o doce em casa e sair pra vender, muitas vezes passa de pai pra filho e alguns ganham tanta fama que atraem freguesias imensas, que esvaziam as assadeiras em pouco tempo.
Uns pedem a porção pequena de R$ 2,00, outros querem a mais caprichada de R$ 3,00 e os “formigas gulosos” compram a bem grande de R$ 5,00 e depois tomam vários copos d’água. Feito o pedido, o cocadeiro levanta o plástico que cobre a cocada e, com uma espátula, rasga uma fatia fina da cocada puxa-puxa, coloca a porção num pedaço de papel e entrega ao freguês.
Quando guri, lembro-me de ter feito, junto com minha mãe, uma façanha de produzirmos cocadas e eu saía com o tabuleiro a vendê-las. Eu ia ao mercado municipal, comprava meia dúzia de côcos e raláva-os. Minha mãe dava o comando no fogo, até produzirmos três tipos de cocada: A branca, a cinza e a marron. Tudo era uma questão do ponto de cozimento da mistura do açúcar e o côco. Porém, não tenho a menor idéia de qual é a diferença de como fazer o tão saboroso, singular e saudoso "quebra-queixo".
Fica a dúvida: Até quando esses confeiteiros/vendedores subsistirão com essa manufatura pelas ruas, diante da grande mudança dos costumes da sociedade?
(Foto: pinterest)
Paulo Grani.
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