Histórias de Curitiba - O Petróleo é nosso
"O Petróleo é nosso"
Zola Florenzano
Para o biênio 1955-1957, foi eleita uma Diretoria para o Círculo Militar do Paraná, se não totalmente nacionalista e patriótica, pelo menos quase em sua totalidade.
Como presidente, Gen.
Iberê de Matos; vice, o Cel.
Luiz de Ferraz Sampaio; e segundo vice, Gen.
Ary Saldanha da Costa.
Na época, ainda não havia sido bem ou totalmente assimilada a nossa Petrobrás S/A. Enfrentava ainda forte campanha contra e "pour cause"... Assim, achou por bem a Diretoria do CMP convidar o próprio presidente da Petrobrás a vir a Curitiba deslin-dar a questão do "o petróleo é nosso"e justificá-la cabalmente.
Por isso, convite expresso foi feito ao presidente, Cel.
Janary G. Nunes, que o aceitou pronta e prazeirozamente.
Conferência marcada para 15 de maio de 1957.
A turma do contra, porém, logo pôs suas manguinhas de fora e desencadeou sobre o gal.
Iberê fortíssimas pressões, visando fracassar ou mesmo impedir a vinda do Presidente da Petrobrás.
Iberê (que seria o futuro prefeito de Curitiba), apoiado decididamente por sua diretoria, manteve-se firme.
Curitiba ferveu: boatos os mais diversos corriam; falou-se mesmo em intervenção no CMP e até em atentados (o suicídio de Getúlio ainda era de data recente). Sem dúvida, a contrapropaganda foi tão forte que se temeu por um retumbante e vergonhoso fracasso, o que poria a diretoria do CMP em ridículo e, talvez, sua própria deposição.
E chegou o 15 de maio.
Grande foi a recepção no Aeroporto do Afonso Pena.
Marcada a conferência para as 20 horas, logo às 19 começou a afluir ao CMP gente de todos os níveis sociais, inclusive trabalhadores.
Carros iniciaram sua entrada no pátio da entidade e o entupiram.
Acumularam-se nas ruas de frente,- passaram então a acumular as ruas vizinhas, e isto transbordou para outras mais afastadas.
Todas as dependências do Círculo ficaram lotadas.Espetáculo empolgante e que foi além das es-pectativas.
Acachapante para os "entreguistas emperdenidos". O CMP vibrou intensamente e Janary pode sentir o quanto o povo curitibano apoiava a Petrobrás, bem como o vigor do nacionalismo paranaense. O conferencista infundiu em todos a ardente crença em nossos destinos, e sem dúvidas nenhuma, todos ficaram convictos da realidade da frase pronunciada por Janary: "O Brasil quando quer resolver seus problemas'1.
A conferência dos presidente da Petrobrás ficou indelével na história do CMP. Nunca mais, pela extensão e intensidade das manifestações nacionalistas e patrióticas, seria repetida conferência i-gual.
Marcou profundamente o nosso presidente gal.
Iberê, sendo de supor que o fato foi, certamente, influenciador de sua eleição para Prefeito de Curitiba.
Os relatos mais aprofundados e significativos do que foi a conferência focalizada, tem seu registro para a história destes 300 anos da Cidade na famosa revista CMP -REVISTA DO CIRCULO MILITAR DO PARANÁ, número 4, julho de 1957.
Zola Florenzano é coronel da reserva.
Zola Florenzano
Para o biênio 1955-1957, foi eleita uma Diretoria para o Círculo Militar do Paraná, se não totalmente nacionalista e patriótica, pelo menos quase em sua totalidade.
Como presidente, Gen.
Iberê de Matos; vice, o Cel.
Luiz de Ferraz Sampaio; e segundo vice, Gen.
Ary Saldanha da Costa.
Na época, ainda não havia sido bem ou totalmente assimilada a nossa Petrobrás S/A. Enfrentava ainda forte campanha contra e "pour cause"... Assim, achou por bem a Diretoria do CMP convidar o próprio presidente da Petrobrás a vir a Curitiba deslin-dar a questão do "o petróleo é nosso"e justificá-la cabalmente.
Por isso, convite expresso foi feito ao presidente, Cel.
Janary G. Nunes, que o aceitou pronta e prazeirozamente.
Conferência marcada para 15 de maio de 1957.
A turma do contra, porém, logo pôs suas manguinhas de fora e desencadeou sobre o gal.
Iberê fortíssimas pressões, visando fracassar ou mesmo impedir a vinda do Presidente da Petrobrás.
Iberê (que seria o futuro prefeito de Curitiba), apoiado decididamente por sua diretoria, manteve-se firme.
Curitiba ferveu: boatos os mais diversos corriam; falou-se mesmo em intervenção no CMP e até em atentados (o suicídio de Getúlio ainda era de data recente). Sem dúvida, a contrapropaganda foi tão forte que se temeu por um retumbante e vergonhoso fracasso, o que poria a diretoria do CMP em ridículo e, talvez, sua própria deposição.
E chegou o 15 de maio.
Grande foi a recepção no Aeroporto do Afonso Pena.
Marcada a conferência para as 20 horas, logo às 19 começou a afluir ao CMP gente de todos os níveis sociais, inclusive trabalhadores.
Carros iniciaram sua entrada no pátio da entidade e o entupiram.
Acumularam-se nas ruas de frente,- passaram então a acumular as ruas vizinhas, e isto transbordou para outras mais afastadas.
Todas as dependências do Círculo ficaram lotadas.Espetáculo empolgante e que foi além das es-pectativas.
Acachapante para os "entreguistas emperdenidos". O CMP vibrou intensamente e Janary pode sentir o quanto o povo curitibano apoiava a Petrobrás, bem como o vigor do nacionalismo paranaense. O conferencista infundiu em todos a ardente crença em nossos destinos, e sem dúvidas nenhuma, todos ficaram convictos da realidade da frase pronunciada por Janary: "O Brasil quando quer resolver seus problemas'1.
A conferência dos presidente da Petrobrás ficou indelével na história do CMP. Nunca mais, pela extensão e intensidade das manifestações nacionalistas e patrióticas, seria repetida conferência i-gual.
Marcou profundamente o nosso presidente gal.
Iberê, sendo de supor que o fato foi, certamente, influenciador de sua eleição para Prefeito de Curitiba.
Os relatos mais aprofundados e significativos do que foi a conferência focalizada, tem seu registro para a história destes 300 anos da Cidade na famosa revista CMP -REVISTA DO CIRCULO MILITAR DO PARANÁ, número 4, julho de 1957.
Zola Florenzano é coronel da reserva.
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