A HISTÓRIA DOS TRÊS "PESCADORES" DO PORTINHO
A HISTÓRIA DOS TRÊS "PESCADORES" DO PORTINHO
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Dezembro de 2006.
Antonino, Eliton e Jeziel, três primos que gostavam de "pescar".
Era temporada de caça aos caranguejos.
Os primos tinham ido caçar caranguejos naquele dia, no mangue do Esteirão, que fica pouco depois do Rodeio.
Dois dias antes, Armindo, um verdadeiro pescador, havia armado um espinhel ou palangre (aparelho de pesca que consiste num cabo comprido ao longo do qual são fixados, de distância em distância, linhas munidas de anzóis).
Ainda hoje, Armindo é um pescador conhecido pela pesca de grandes peixes.
No dia em que Antonino, Eliton e Jeziel foram catar caranguejos, o espinhel de Armindo estava armado próximo à Pedra Branca aguardando o peixão. Ali, no canal, a profundidade passa dos 10 metros.
Armindo não estava no mar naquele dia. Ele estava na sua casa, consertando seu barco para pescar no dia seguinte.
Enquanto os primos estavam catando caranguejos, um peixe de 500 kg estava vindo da baía de Paranaguá em direção à baía de Antonina. Ele tinha o endereço certo.
Era um badejo e vinha à máxima velocidade para cair na armadilha do pescador.
E não se demorou muito... lá estava o bestalhão fisgado nos anzóis do espinhel.
Já era de tardezinha.
Sacos cheios de crustáceos do mangue. Barco embicado para sair. Motor ligado...
— Tuntuntuntuntuntuntuntun
Eliton estava no leme. Jeziel então adverte ao piloto:
— Vire o leme para a direita. Tem um espinhel armado na frente.
E assim, Eliton desviou e os três primos passaram de largo olhando a boia.
Até aí, tudo normal...
De repente, Eliton vira o leme todo para a esquerda e faz o retorno. Nisso, Antonino pergunta:
— Para onde você está indo?
"Vou ver se não tem peixe no espinhel", disse Eliton.
E lá foram os três...
Jeziel desliga o motor. Antonino segura na boia do espinhel e tenta puxar o cabo de 6 polegadas de circunferência. Sem sucesso! Estava muito pesado.
"Ei, ajudem aqui! Tá muito pesado", falou Antonino.
Então todos logo puderem perceber que ali havia um peixão.
Os três não conseguem puxar o cabo...
E o pior é que eles não sabiam o que realmente estava fisgado.
Eliton teve a infeliz ideia de amarrar o cabo do espinhel na popa do barco.
Assim fizeram... e estavam vindo para cidade normalmente (não tão normalmente porque o peixe estava sendo furtado).
Até que...
O peixe se enfurece e começa a arrastar o barco em sentido contrário.
O barco é arrastado até em frente ao terminal portuário da Ponta do Felix, quando então o peixe se acalma.
Os rapazes ficam muito assustados dentro da embarcação.
Novamente o peixe começa a arrastar o barco. Nisso, Antonino se desequilibra e cai na água. Dois sacos cheios de caranguejos também vão para o fundo do mar. As ondas começam a levar Antonino em direção ao peixe. Antonino tenta nadar contra as ondas, mas vai se cansando...
Um funcionário do terminal vê a situação dos rapazes e pede socorro. Imediatamente, uma lancha sai do terminal e resgata Antonino que estava a nau. Eliton e Jeziel também são resgatados.
Então, o piloto da lancha e os rapazes desamarram o cabo do espinhel do barco e conseguem amarrar o cabo do espinhel no navio.
O barco é rebocado até o cais.
O peixe novamente se enfurece e o navio começa a se movimentar.
O operador de guindaste vendo a situação, trata de evitar o pior... que o navio fosse arrastado pelo grande peixe.
Ademir, operador do guindaste, direciona o grab para o peixe e o captura, trazendo-o à superfície e em seguida, colocando-o numa carreta.
O peixe foi vendido para o dono de uma peixaria de Curitiba. Os três primos faturaram cerca de vinte mil reais, porém, 3 meses depois, foram condenados pela justiça por furto qualificado. Tiveram que pagar multa e prestar serviço comunitário durante um ano.
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— Por Jhonny Arconi
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