A VISITA DE DOM PEDRO II A ANTONINA
Diário da viagem do Imperador.
"Cheguei a Antonina cujo aspecto é risonho, as 4 e 20 minutos.
A VISITA DE DOM PEDRO II A ANTONINA
Diário da viagem do Imperador.
"Cheguei a Antonina cujo aspecto é risonho, as 4 e 20 minutos.
Meia hora depois sai. Câmara, a casa é boa, e está muito bem arranjada. Padrões métricos o que já tenho dito, parecendo-me, contudo, melhor tratados que em outros municípios, porém não com o mesmo cuidado da Lapa. O clube literário está bem arranjado. Também há leitura de noite. Poucos livros. Cadeia vazia alugada por 20$000 ao mês a um mestre de obras, Adriano, que me apresentou o dono da casa que habito, Antônio Alves de Araújo, e parece seu protegido, quando a casa da Câmara que alugou a casa da cadeia e de que é presidente Alves de Araújo, paga 30$000 sendo muito melhor casa. Não há proporção. Finalmente, visitei a enfermaria particular montada pelos Drs. Melo e Grilo em casa de sobrado por que pagam 15$000. Só havia seis doentes, sendo um por infecção palustre.
Jantar cerca das 7, conversa depois, e às dez horas recolhi-me para ainda ler requerimentos, que não pudera examinar em Morretes.
Casas pequenas, mas bem arranjadas. Os professores e professoras das aulas que o inspetor me designou como melhores pareceram-me bons. Os chamados como melhores, embora recitem orações, não sabem explicá-las. O vigário passa por virtuoso, mas não explica doutrina. Fui também ao mercado – casa menos que a de Paranaguá. Poucos gêneros. As reses – três por dia – matam-se fora, no campo. Almoço às oito e meia.
Nove horas. Exame no porto desde Itapema de baixo até o molhe, cuja escada na ocasião de meu passeio da manhã vira que ficara em seco, tanto espraia o mar. Notei três pedras ou parcéis, que não estão no mapa de Tefé. As ondas deste parecem exatas, pois as que se fizeram no meu escaler e foram em meio e mais que preamar. O ancoradouro está-se aterrando, pelo que traz o rio cachoeira. Um dos práticos me disse que vira formar uma ilha que parece bem grande."
Texto extraído do livro "Antonina frag-men-tos", de Eduardo Nascimento.
Foto: Wikicommons
Diário da viagem do Imperador.
"Cheguei a Antonina cujo aspecto é risonho, as 4 e 20 minutos.
Meia hora depois sai. Câmara, a casa é boa, e está muito bem arranjada. Padrões métricos o que já tenho dito, parecendo-me, contudo, melhor tratados que em outros municípios, porém não com o mesmo cuidado da Lapa. O clube literário está bem arranjado. Também há leitura de noite. Poucos livros. Cadeia vazia alugada por 20$000 ao mês a um mestre de obras, Adriano, que me apresentou o dono da casa que habito, Antônio Alves de Araújo, e parece seu protegido, quando a casa da Câmara que alugou a casa da cadeia e de que é presidente Alves de Araújo, paga 30$000 sendo muito melhor casa. Não há proporção. Finalmente, visitei a enfermaria particular montada pelos Drs. Melo e Grilo em casa de sobrado por que pagam 15$000. Só havia seis doentes, sendo um por infecção palustre.
Jantar cerca das 7, conversa depois, e às dez horas recolhi-me para ainda ler requerimentos, que não pudera examinar em Morretes.
Casas pequenas, mas bem arranjadas. Os professores e professoras das aulas que o inspetor me designou como melhores pareceram-me bons. Os chamados como melhores, embora recitem orações, não sabem explicá-las. O vigário passa por virtuoso, mas não explica doutrina. Fui também ao mercado – casa menos que a de Paranaguá. Poucos gêneros. As reses – três por dia – matam-se fora, no campo. Almoço às oito e meia.
Nove horas. Exame no porto desde Itapema de baixo até o molhe, cuja escada na ocasião de meu passeio da manhã vira que ficara em seco, tanto espraia o mar. Notei três pedras ou parcéis, que não estão no mapa de Tefé. As ondas deste parecem exatas, pois as que se fizeram no meu escaler e foram em meio e mais que preamar. O ancoradouro está-se aterrando, pelo que traz o rio cachoeira. Um dos práticos me disse que vira formar uma ilha que parece bem grande."
Texto extraído do livro "Antonina frag-men-tos", de Eduardo Nascimento.
Foto: Wikicommons
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