O HOMEM QUE APANHOU DO SACI-PERERÊ E FICOU 59 DIAS NA UTI
O HOMEM QUE APANHOU DO SACI-PERERÊ E FICOU 59 DIAS NA UTI
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Dário, mais conhecido por Saguá, sempre foi um homem que gostou de pescar e caçar... e até seus 45 anos, gostava de uma cachaça. Hoje, com 80 anos, o senhorzinho conta suas histórias e peripécias de quando era mais jovem.
Em 31 de outubro de 1983, Saguá, Juarez, Nhoca, Jamico, Nhassaná e Zé Cará foram pescar na Ilha do Teixeira. Sempre quando iam pescar, levavam meia dúzia de cachaça para aquecer o corpo.
À noitinha, eles foram armar a rede de pesca. Era inverno. Estava ventando. O vento uivava como um lobo. O mar estava bravio.
Uma hora depois, eles retornam para o barraquinho na beira do mar.
Enquanto Juarez, Nhoca, Jamico, Nhassaná e Zé Cará estavam dentro do barraco preparando a janta, Saguá foi para a mata cortar lenha para não deixar o fogo apagar durante a madrugada, pois o frio era rígido.
Embriagado, com uma lanterna na cabeça e um machado na mão, o homem caminha pelo mato. Muito corajoso, ele se afasta do barraco uns 80 metros.
Enquanto caminha, ele ouve um assovio. Então ele para e fica em silêncio. Dois minutos depois, continua a caminhada. Mas novamente alguém assovia. Ele para e começa a perguntar quem está ali. Logo, ele escuta um barulho entre as árvores e os galhos se mexendo.
Tudo se acalma. O homem então encontra uma árvore boa para lenhar. Derruba a árvore e começa a partir ao meio. De repente, ele ouve alguém dizer:
—Saia daqui, seu zé pilantra! Aqui não é seu lugar.
Saguá vira o macho e começa a chamar aquela coisa para a briga.
"Se você é macho, então apareça, seu otário!", disse ele.
Aquele ser magricelo e barrigudinho, com um gorro vermelho e com um cachimbo na mão, aparece e começa a surrar o pobre pescador, que começa a gritar pedindo socorro.
—Socorro, socorro! Tem um diabo me batendo. Pelo amor de Deus, socorro!
Lá no barraco, os cinco amigos ouvem os gritos e saem correndo pela mata para ajudar o homem. Chegando no lugar, veem Saguá caído no mato desacordado e ensanguentado. A mais ou menos 10 metros, estava o Saci-Pererê entre as árvores e com um olhar medonho.
Os homens resgatam Saguá e o trazem para a cidade de Antonina. Ele rapidamente é encaminhado para Curitiba em estado grave.
O homem sobrevive após ter ficado 59 dias na UTI.
Hoje, ele conta essa história e ri.
— Por Jhonny Arconi
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