O PORTO DO GATO E OS BORBA GATO.
O PORTO DO GATO E OS BORBA GATO.
Desta família de irrequietos bandeirantes e devassadores dos sertões, tendo como principal figura Manoel de Borba Gato, que assassinou o fidalgo castelhano dom Rodrigo de Castelo Branco por questão de primazias na exploração de minas, um pelo menos, viveu no litoral paranaense e este foi Salvador de Borba Gato, casado com Inácia Gonçalves da Costa, de quem houve os filhos Antônio, nascido a 5-1-1760; Gonçalo, nascido a 15-8-1765 e Genoveva, nascida a 16-4-1769, todos na freguesia de Morretes que na época estava sob a jurisdição eclesiástica da paróquia de Antonina.
Salvador, que supomos ter sido irmão de Manoel da Borba Gato, faleceu em 1781, conforme certidão de óbito: "Aos trinta de setembro de 1781 passou da vida presente com todos os Sacramentos Salvador da Borba Gato, viúvo, de idade de 70 anos; foi sepultado dentro da Capela de Morretes, encomendado pelo Reverendo Capelão Antônio do Valle Porto, do que por me constar faço este assento; era ut supra.
O Vigário Joaquim da Costa Resende".
Este assento consta do livro da paróquia do Pilar (Antonina), tendo o óbito se dado em Morretes onde o finado certamente residia entregue à ocupação favorita da família e que era a mineração, lavrando ouro nas velhas catas e faisqueiras de Paranaguá, nestas inclusive as de Morretes.
O saudoso historiógrafo Ermelino de Leão afirmou terem pertencido a Manoel da Borba Gato os terrenos do nosso atual Porto Pedro II, dando origem a estranha e pitoresca denominação de Porto do Gato que ostentou até a época da inauguração da Estrada de Ferro em 1885, quando em reconhecimento ao ato do imperador Dom Pedro II dando-nos a ferrovia, a Câmara conferiu ao bairro o atual nome.
Há razões sobejas para se acreditar que do fato de haver pertencido à essa família, venha a denominação felina e mais nos convencemos dessa verdade através a existência, nos dias atuais, de indivíduos descendentes dos Borba Gato do século 18, só com a diferença de ser hoje considerada alcunha o que então era designativo da família.
Assim, José Borba Gato em meados do século passado teve sítio com porto sobre a praia que existia no local preciso onde mais tarde foi construído o edifício da Alfândega.
Ao sítio chamavam Porto do Gato e como tal ficou. Com a morte, parece, de José Gato passou a propriedade a João de Paula Manso que ali estabeleceu um curtume.
Em Antonina, Morretes e aqui ainda existem descendentes do famoso bandeirante, todos, ou quase todos, carregando a contragosto como ridícula alcunha o apelido de Gato sem saberem, na sua ignorância, a gloriosa procedência desse nome com projeção na história do Brasil colonial na qual se salientou Manoel da Borba Gato como bandeirante e devassador de terras em procura de metais finos e assassino, impune, de dom Rodrigo de Castelo Branco, emissário do Rei para fiscalização das explorações de jazidas auríferas.
Fonte:
Coleta de Livros Históricos de Paranaguá – sob a supervisão de Júlio Moreira – Diretor da Seção de história do Museu Paranaense – 1952
Pesquisa: AlmirSS – 2022 #IHGP
Foto: Acervo digital IHGP
Nenhum comentário:
Postar um comentário