quarta-feira, 22 de março de 2023

Você sabe porque o nome dos protagonistas da Revolução Federalista eram "Pica Paus" e "Maragatos"?

 Você sabe porque o nome dos protagonistas da Revolução Federalista eram "Pica Paus" e "Maragatos"?


Após a proclamação da República em 1889, por forças contrárias aos ideais de Marechal Deodoro o fizeram renunciar e este entregou o cargo ao então vice-presidente Marechal Floriano Peixoto que assumiu a presidência do Brasil.

Floriano chegara ao governo em momento crucial. O país estava entregue a inflação, a atividade econômica exigia créditos e o governo não tinha muitas alternativas, senão, continuar seu programa de governo. No campo político, grande era as dificuldades. Floriano tinha adversários por toda a parte. Focos de revoltas sucediam em várias partes do país, prisões arbitrárias aconteciam e a imprensa atacava sem tréguas. Seu espírito então o fez enfrentar com mãos de ferro as rebeliões que abalavam o governo.

A rivalidade entre Gaspar Silveira Martins do Partido Nacional Federalista e Júlio de Castilhos, republicano foi a gota d’água para a eclosão da Revolução Federalista. Cresceu a anarquia. Nascia, assim, o movimento de contestação ao governo de Floriano.

A confusão no Rio Grande do Sul era intensa. Derrotado nas urnas, os partidários de Silveira Martins resolveram então, conquistar o poder pela força e veio a guerra civil.

 

Rev. Federalista

 

 

Pica Paus X Maragatos

 

Saraiva

 

Desse conflito, então, surgiram no teatro da guerra personagens como os Pica-paus e os Maragatos.

Pica-paus, expressão usada pelos federalistas para identificar os republicanos, teve origem do nome nas faixas brancas a semelhança do pássaro pica-pau encontradas nos quepes destes militares.

Os Maragatos, fusão de federalistas e parlamentaristas, teve como origem a região de Leon, na Espanha, mais precisamente no distrito de Maragateria, onde seus habitantes eram chamados de maragatos.

Imigrando para a cidade de São José, no Uruguai, muitos participaram do Exército Libertador liderado por Gumercindo Saraiva.

Os Maragatos usavam calças cheias de pregas e ajustadas nos joelhos, amavam o cavalo, a tenda e a lança. Eram chamados também de federalistas ou revoltosos.

Sob o comando de Gumercindo Saraiva, nominado o Napoleão dos Pampas, gaúcho de Arroio Bretanha, foi considerado audaz e intrépido guerreiro. Carismático, eletrizava seus comandados e era considerado um bravo soldado, mesmo pelos seus adversários.

 

 

Mobilização das Forças Legais do Paraná

Quando Júlio de Castilhos assumiu o governo no Rio Grande do Sul com apoio do Marechal Floriano Peixoto, as perseguições surgiram de todos os lados contra os federalistas, cujas ideias era chegar até o Distrito Federal - Rio de Janeiro - e depor a República.

Incentivado pela revolta da Armada comandada pelo almirante Custódio José de Mello, que também pretendia depor o Marechal Floriano e restaurar o regime constitucional, o Partido Federalista, contando com a ajuda de alguns caudilhos que chefiavam grupos irregulares, dentre os quais destacamos Gumercindo Saraiva, Laurentino Pinto , Piragibe, Juca Tigre, Aparício Saraiva e outros.

Os movimentos combinados entre a Revolta da Armada e a Revolução Federalista demonstravam o grau de entendimento e igualdade de propósito de seus chefes. Os federalistas planejavam avançar sobre os estados de Santa Catarina e Paraná que, desprevenidos, se tornariam presas fáceis. Penetrariam em São Paulo, onde agrupariam todos os elementos anti-florianistas a fim de preparar o avanço até a capital federal.

No dia 06 de setembro de 1893, no porto do Rio de Janeiro, a Esquadra brasileira, sob o comando de Custódio de Mello, amanheceu revoltada, exatamente quando o Rio Grande do Sul atingia o máximo de sua perturbação.

O Paraná mobilizou suas forças policiais e organizou tropas civis para auxiliar na defesa. O Dr. Vicente Machado criou o Batalhão Patriótico “23 de Novembro”, composto por voluntários dentre eles alguns funcionários públicos estaduais. No dia 29 de setembro de 1893, esse Batalhão foi aquartelado juntamente com o Regimento de Segurança do Paraná, formando uma Brigada Provisória, ficando sob o comando do coronel Cândido Dulcídio Pereira.

No dia 18 de setembro de 1893, um contingente do Batalhão Patriótico, 40 policiais militares e outras praças da força de linha, seguiu para Paranaguá para reforçar o destacamento que lá se achava sob o comando do major Manoel Vicente Ferreira de Mello.

Na capital, o Batalhão de Voluntários, juntamente com o Regimento de Segurança do Paraná, formaram uma Brigada Provisória, sob o comando do coronel Cândido Dulcídio Pereira. Essa Brigada foi colocada a disposição do governo federal e em seguida passou a integrar a Coluna Expedicionária, sob o comando do general Francisco de Paula Argolo.

 

 

 

 

 

Forças Legais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desenvolvimento das Operações

Os federalistas - maragatos - já haviam tomado Florianópolis, que ficou sendo a capital da República Federativa.

A Coluna Expedicionária do Paraná rumou para o campo de luta, seguindo pela Lapa e alcançando o Rio Negro. Depois, atravessou o Rio da Várzea. Em 11 de novembro de 1893, achava-se em São Bento-SC, onde o general Argolo instalou um governo provisório, tomando posse do solo onde pisava, em nome da República.

Então, chega à notícia de que os federalistas avançavam pela estrada da com cerca de três mil homens. O general Argolo retrocede para guarnecer o Rio Negro, onde recebeu uma intimação do general Piragibe, comandante do Exército Nacional Provisório - federalistas -, para que se entregasse com a sua coluna, dizendo que ela estava cercada por 1500 homens.

 

Os Primeiros Combates no Paraná

 

Primeiros Combates

 

 

 

No dia 19 de novembro, os federalistas tentaram tomar a passagem do Rio Negro, mas foram repelidos.

No dia 21, um piquete de cavalaria do Regimento de Segurança do Paraná, sob o comando do capitão Custódio Gonçalves Rollemberg, teve destacada atuação ao travar violentos combates com as forças revolucionárias.

Como continuava cerrado o fogo de artilharia em Rio Negro, o general Argolo decidiu retirar-se para a linha do Rio da Várzea e a seguir para a cidade da Lapa, que seria o ponto de concentração das tropas legalistas.

No Rio da Várzea encontraram a ponte destruída pelos revolucionários. A mesma foi reconstruída às pressas pelo engenheiro Hercílio Luz.

O capitão Rollemberg com seu piquete de cavalaria foi designado para permanecer na retaguarda para garantir o avanço da tropa. Novamente entra em ação com a tropa inimiga, conseguindo repeli-la, pondo-a em debandada. Sua tropa portou-se com heroísmo, calma e bravura.

 

 

Combate no Rio da Várzea

No dia 23 de novembro de 1893, o general Argolo com sua coluna chegava à Lapa. Aqui, ele foi substituído pelo coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro e o comando de todas as operações foi entregue ao general Antônio José Maria Pego Júnior.

Carneiro assume o seu posto, ordena a resistência a todo o custo. Seu efetivo era mais ou menos 900 homens, incluindo 11 oficiais e 174 praças do Regimento de Segurança.

Carneiro determina uma incursão à região, a fim de desalojar o inimigo. Era uma experiência inédita que fazia com o seu pessoal, e essa missão coube em grande parte, aos integrantes do Regimento de Segurança que conheciam bem o jeito de andar por aqueles lugares à cata de bandidos, isso os tornava indiferentes ao perigo.

No dia 14 de dezembro de 1893, um destacamento PM, sob o comando do capitão Rollemberg, atravessou o Rio da Várzea, atacando a força de Piragibe pela retaguarda, enquanto isso a companhia do capitão Clementino Paraná (na verdade era tenente, sendo promovido posteriormente), forçava a ponte, em ataque frontal, conseguindo cortar a retirada dos revoltosos. O combate foi violento, os federalistas sofreram muitas baixas, deixando 19 prisioneiros, armas, carretas de munições, cavalos e muitos pereceram afogados. Essa foi a primeira vitória das armas republicanas no solo paranaense e a bravura dos policiais militares despertou a admiração de todos, sendo enaltecidos pelo coronel Carneiro.

 

 

Rio da Várzea

 

 

O Cerco

No Paraná, Curitiba e Paranaguá, estavam praticamente tomadas pelas tropas federalistas de Gumercindo. Tijucas, um dos últimos focos havia capitulado. Só restava então um único ponto de resistência, a Lapa.

Cercada de montanhas, a pequena cidade parecia o local propício a não resistir mais de 48 horas de combates como calculava Gumercindo Saraiva. Sitiados os pica-paus somavam cerca de 900 homens mal adestrados. Na maioria civis voluntários e inferiorizados belicamente. Por outro lado, os Maragatos dispunham de um exército de mais de 3 mil homens bem preparados e colocados em pontos estratégicos. A sorte estava lançada.

Sob o comando das operações dos pica-paus, estavam o Coronel Antônio Ernesto Carneiro Gomes, mineiro de Cerro, tendo este já combatido na Guerra do Paraguai e o Coronel Cândido Dulcídio Pereira do Regimento de Segurança do Paraná, ambos, excepcionais estrategistas, exemplos de disciplina obstinada ao cumprimento do dever.

No dia 13 de janeiro de 1894, os federalistas já se encontravam acampados a quatro quilômetros da cidade. Desde então, as demonstrações de heroísmo e, em pouco tempo, o inimigo percebeu quão difícil seria tomar a cidade da Lapa. Tijucas, Paranaguá e Curitiba já haviam capitulado.

Os federalistas recebiam reforços das tropas que tomaram esses locais.

O Regimento de Segurança mantinha as tradições do passado. Muitos foram os feitos de seus valorosos soldados, assinalados como verdadeiro tributo de sangue à história da Polícia Militar do Estado do Paraná.

O comando da resistência procurava manter o moral elevado, congratulava-se com a tropa pelo triunfo até então conseguido, solicitava que todos mantivessem a constância e resignação pelo bem da República que em breve seria vencedora e estaria em paz.

Na noite de 14 de janeiro de 1894, começa aquele que seria um dos maiores feitos cívico militar do Brasil. O Cerco da Lapa. Neste dia deu-se início o cerco da cidade, os federalistas atacavam de vários pontos. No dia 17 de janeiro, os sitiados foram atacados por diversos pontos. Tentaram atacar pelo engenho de mate, mas foram recebidos pelos policiais militares, tendo à frente o Major Ignácio Gomes da Costa, que repeliram os federalistas.

Lapa estava literalmente sitiada. Os tiros da artilharia pesada vinham de todos os lados e os lugares mais visados, eram a praça, o cemitério e a casa que servia como hospital. Barricadas e trincheiras eram construídas para fazer defesa às ações do inimigo. A cada dia de batalha, a pequena cidade da Lapa se fragmentava a um amontoado de cadáveres e muitos feridos agonizavam a sua própria sorte.

Janeiro

Foram dias de combates contínuos onde os canhões federalistas vomitavam projéteis pesados em cima daquela cidade. As casas já estavam todas esburacadas e já estava faltando comida, remédio e munição. O mau cheiro dos cadáveres em decomposição era um suplício insuportável, as chuvas de verão castigavam a Lapa e as comunicações estavam todas cortadas. Reinava o caos absoluto.

Já, no dia 22 de janeiro, os federalistas tomaram a estrada-de-ferro, o cemitério e o engenho Lacerda.

 

O Regimento de Segurança, guiado pelo major Ignácio, fez uma investida fulminante contra os federalistas e, depois de desalojá-los das matas adjacentes, retomou algumas casas da orla da floresta, numa luta corpo-a-corpo, readquirindo, à tarde, as posições perdidas.

O capitão Clementino Paraná, com 22 homens do Regimento de Segurança, transpondo as trincheiras e abrigado pelo mato rasteiro, avançou e expulsou os invasores da estação a tiros e a coices de armas (coronhadas), quando foi ferido. Uma bala lhe atingiu o ventre. Foi salvo por um caboclo da região.

Segurança

Os combates continuavam. Os federalistas, abatidos, retrocederam, deixando para trás muitos de seus homens mortos e feridos e outros prisioneiros.

Nos demais dias de janeiro, os federalistas bombardearam a cidade com seus canhões krupp, de sol-a-sol, e à noite, com o intuito de levar ao cansaço as forças republicanas.  A fadiga se fazia sentir, algumas deserções na Guarda Nacional e nos Batalhões Patrióticos.

A Lapa apresentava um aspecto desolador. A munição se esgotava. Faltava remédio, alimentos. O mau cheiro dos corpos era um verdadeiro suplicio. Havia o cansaço e todos deviam se manter firmes de dia e de noite. Com as chuvas, as trincheiras se transformavam em lodaçais.

Joaquim

 

 

O líder civil da resistência, o lapeano Joaquim Lacerda, era civil, porém tinha a patente de coronel da guarda nacional, onde treinou voluntários para a guerra do Paraguai como alferes)

As baixas foram consideradas de ambos os lados que já davam sinais de fadiga.

Dia 7 de fevereiro do alto da torre da Matriz, o coronel Cândido Dulcídio Pereira, observava o movimento das tropas federalistas, armado com uma “mannlicher” (rifle de ação rápida, projetado pelo holandês Ferdinand Ritter von Mannlicher), combatia os sitiantes (referência dada aos federalistas).

Quando se preparava para sair daquele posto, foi ferido por uma bala que atravessou o porta-revólver indo alojar-se na bexiga, achatando-se contra o osso ilíaco.

O coronel Dulcídio foi atendo pelo Dr. João Cândido, depois conduzido a residência do coronel Joaquim Lacerda. No dia 8 pela manhã, morreu o coronel Cândido Dulcídio Pereira que não resistiu aos ferimentos que o atingiram. Seu corpo foi recolhido na sacristia da igreja Matriz.

Dulcidio
Carneiro

 

 

 

 

 

 

Às 10 horas do dia 7 fora ferido por uma bala que lhe atravessou o estômago e o fígado quando tentava socorrer outro oficial, e no dia 9 de fevereiro, perto das 5 horas, da tarde, o Coronel Carneiro ladeado por seus correligionários, exala seu último suspiro... morria mais um herói. O Paraná sacrificava-se com a revolta, porém, a República estava salva.

 

 

O Último Combate

No dia 7 de fevereiro de 1894, acontece o mais violento combate. Era madrugada, quando se deu o primeiro estrondo. Foi o primeiro tiro, os canhões vomitaram seus projéteis pesados sobre as trincheiras da defesa. Os tiros partiam do cemitério, do morro do monge e do alto da cruz.

Laurentino Pinto, Aparício Saraiva, Torquato Severo, Piragibe e outros comandavam o ataque dos maragatos. Avançavam pelos quintais das casas das Ruas das Tropas, Boa Vista e Alto da Lapa. Era o ataque fulminante sobre as trincheiras da defesa.

 

Fim de uma Epopéia

Dia 11 de fevereiro (domingo). Diante da dramática situação em que se encontravam civis e militares, após 26 dias de intensos combates, caía à última e heroica resistência. O comandante em chefe, coronel Joaquim Lacerda recebe um ofício do General Laurentino Pinto Filho das forças federalistas propondo em bons termos uma rendição sem ofender os brios daqueles bravos combatentes.

As notícias da capitulação assinada no dia 11 de fevereiro de 1894, correu por todo o país como um rastilho de pólvora e comoveram a todos. A resistência da Lapa constituiu-se como um dos maiores feitos cívico militar na história do Brasil.

 

A Capitulação

Estando toda a tropa florianista cercada pelos três corpos de exército, cujas forças montavam um efetivo superior a três mil homens, e considerando que:

  • Não havia a possibilidade dos sitiados tentarem qualquer retirada ou continuarem resistindo, por se lhes ter esgotado as munições, víveres e água.
  • Não podiam tomar, por faltas de recursos, uma ofensiva.
  • Estavam certos de que não poderiam contar com nenhum reforço;
  • Cientes também que Paranaguá, Curitiba e outras cidades do Estado já estavam em poder dos revoltosos, e que o governador e o general Pego Junior tinham se retirado precipitadamente, o coronel Joaquim Lacerda reuniu os seus oficiais e com eles decidiu que seria aceita a capitulação. A Ata de Capitulação foi assinada no 11 de fevereiro de 1894.

 

As Degolas

A violação dos compromissos assumidos com a capitulação e a recusa em prestar serviços à causa revolucionária era motivos para o imperdoável degolamento. Com essa finalidade, os piquetes federalistas percorriam os arredores das cidades à cata de fugitivos. A maioria dos oficiais e praças do Regimento de Segurança conseguiram escapulir e se refugiar nos sertões e em São Paulo, até se reincorporarem as tropas legais.

 

Degolas

 

 

O Paraná em Poder dos Federalistas

 

Serro Azul

 

No dia 20 de janeiro de 1894, as tropas federalistas já haviam entrado triunfantes em Curitiba e logo tentaram reorganizar suas tropas.

Para reequipar seus batalhões, os federalistas precisavam angariar fundos e para isso nomeou uma comissão liderada pelo Chefe político Ildefonso Pereira Correa (Barão do Serro Azul), que, levado pela boa fé e grande generosidade, aceitou esse cargo e com isso lavrou sua sentença de morte.

O Regimento de Segurança foi reorganizado pelos federalistas com o nome de Regimento Policial do Paraná, assumindo o seu comando o coronel revolucionário José Luiz de Souza Pires, permanecendo no cargo até o dia 3 de abril de 1894, sendo substituído pelo coronel Rodolpho Nunes Pereira, que ficou até o dia 16 de abril, quando foi exonerado, passando a responder pelo comando o major Aristides Francisco Guarnier.

Como Fiscal do Regimento, foi nomeado o ex-alferes do Exército, Pedro Nolasco Alves Ferreira, comissionado no posto de major.

O coronel José Luiz de Souza Pires, ao assumir o comando concitou energicamente que os oficiais e praças do Regimento de Segurança deveriam aderir a revolução contra Marechal Floriano. Os que se recusassem ou desertassem seriam fuzilados ou degolados.

O major Nolasco, que havia alegado doença foi demitido da função em 3 de abril, assumindo em seu lugar o cidadão Manoel Pereira de Almeida, ex-tenente da PM.

Com a reorganização do Regimento, este foi transferido para um prédio localizado à Rua Iguaçu, de propriedade de Júlio Gineste, o fato lamentável desta transferência, é que houve a perda, extravio e danos de muitos documentos históricos da nossa corporação.

 

 

Retomada do Poder

No mês de março de 1894, o governo central ordena o seguimento de tropa para operações de guerra na fronteira do Paraná. Gumercindo Saraiva, amedrontado, recua. Sua única chance foi voltar para o Rio Grande do Sul. Muitos federalistas se refugiaram no Uruguai e Argentina.

No dia 1º de maio de 1894, o 2º Regimento de Infantaria (RI), vindo de São Paulo chegava a Curitiba pondo em fuga os rebeldes revolucionários que aqui ainda se encontravam. Incorporados a esse Batalhão, vieram muitos policiais-militares do Regimento de Segurança do Paraná.

Centenas de prisões foram feitos, abarrotando quartéis, os fuzilamentos foram em massa, como aquele que houve na Serra do Mar, onde o barão do Serro Azul e outras personalidades curitibanas.

O major revolucionário Pedro Nolasco Alves Ferreira, então Fiscal do Regimento, também foi preso e fuzilado sumariamente em Paranaguá, sob acusação de ter fornecido informações confidenciais e se apoderado de dinheiro.

O médico do Regimento, Dr. Gastão de Aragão de Mello, também foi fuzilado em Santa Catarina.

O Regimento de Segurança do Paraná foi reorganizado. O major Ignácio Gomes da Costa, promovido ao posto de coronel, passou a ser o seu comandante.

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