quarta-feira, 4 de maio de 2022

ENTRANDO NO BAR MIGNON, DE CURITIBA O Bar Mignon, assim chamado em função de seu tamanho, começou em 1925, com o italiano Heitor Amatuzzi, que imigrou para o Brasil trazendo receitas infalíveis de como agradar seus clientes.

 ENTRANDO NO BAR MIGNON, DE CURITIBA
O Bar Mignon, assim chamado em função de seu tamanho, começou em 1925, com o italiano Heitor Amatuzzi, que imigrou para o Brasil trazendo receitas infalíveis de como agradar seus clientes.


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O Bar Mignon, assim chamado em função de seu tamanho, começou em 1925, com o italiano Heitor Amatuzzi, que imigrou para o Brasil trazendo receitas infalíveis de como agradar seus clientes. Originário da região da Calábria (sul da Itália), ele formou um cardápio básico de sanduíches, que com o decorrer dos anos aumentou seguindo as preferências e costumes do curitibano.
As especialidades da casa sempre foram o famoso pernil de porco com cebolinha verde, o cachorro-quente (pão com vina e mostarda), além do filé de alcatra com arroz, tomate e cebola, a salada de maionese, a lingüiça calabresa no palitinho e uma invenção de um freguês: pão com vina cortada, lingüiça e muita cebolinha verde. Esse sanduíche foi batizado com o nome do inventor, "Marchand", na época, diretor do Coritiba Football Club, uma pessoa bem relacionada. Como muita gente queria um sanduíche igual ao do "seu" Marchand, o incluímos no cardápio com esse nome, diz Heitor Amatuzzi Jr.
Com seus setenta anos de existência, o Bar Mignon faz parte da história da capital paranaense, pois foi sempre um reduto da boémia, já que não fechava durante a madrugada, nem nos dias de Natal e Ano Novo. O Mignon foi sempre administrado pela família Amatuzzi, simbolizando o sucesso de um empreendimento que passou de pai para filho.
Comenta-se que os estreitos e enfumaçados corredores do Bar Mignon serviram de bastidores de uma grande parcela dos fatos políticos do Paraná, desde o interventor Manoel Ribas.
Segundo Heitor Amatuzzi Jr.: "todos os governadores, sem exceção, foram fregueses nossos. Falavam de poder e ainda hoje, sempre que podem, matam a vontade do ponto de encontro. [...] Getúlo Vargas já freqüentou o bar, após um conturbado comício, realizado na década de 50 em Curitiba."
O jornal O Estado do Paraná (23/07/1995), ao referir-se aos quatro meses em que o Mignon ficou fechado para reformas, para depois reabrir suas portas dentro de um estilo mais arrojado, também comenta sobre a clientela:
"O bar tem freqüentadores que podem até ter posições políticas divergentes, mas não esquecem do Mignon, freqüentado desde quando eram estudantes: é o caso do governador Jaime Lerner e do senador Roberto Requião. [...] Entre tantos anônimos, passaram pelos balcões e mesas do Mignon figuras ilustres, como Dalva de Oliveira, Orlando da Silva, Dercy Gonçalves e Luis Inácio Lula da Silva (Lula), entre tantas outras. Quando a Rua XV ainda não tinha calçadão e havia tráfego de carros em frente ao bar, que até 1943 funcionou no número 80, depois passou para o predinho de nº 42, o Mignon recebeu também os presidentes Juscelino Kubitscheck e Getúlio Vargas.
No início de 1995, o Bar Mignon foi totalmente reformado, sendo tudo trocado, do piso ao teto. As mesas internas agora estão em maior número, pois graças a um mezanino, foram criados dois ambientes, e a chopeira está renovada. Importada da Itália, é em porcelana e com pinturas em dourado, sendo capaz de servir o chope na temperatura ideal para consumo. Heitor Amatuzzi acredita que o Mignon é o primeiro bar da cidade com estas características."
(Extraído de: Teses UFPR, de Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim, Bares e Restaurantes de Curitiba 1950/60 / Fotos: Internet)
Paulo Grani

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