O TRISTE FIM DE ZÉ "CARA DE DIABO"
A Pedra Branca é um local bastante conhecido daqueles que andam remando suas canoas pelas esquinas da baía de Antonina.
O TRISTE FIM DE ZÉ "CARA DE DIABO"
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A Pedra Branca é um local bastante conhecido daqueles que andam remando suas canoas pelas esquinas da baía de Antonina. As pedras são brancas na parte superior devido às evacuações avinas, principalmente garças e socós.
Zé Cara de Diabo, pescador tucunduvense, fazia do local seu pesqueiro predileto. Ali, o velho pescava muitos peixes.
Num sábado, de um maio molhado e arrepiante por causa do frio, por volta das 5 da manhã de um início de dia triste, o velho Cara de Diabo, na época com 62 anos, estava recolhendo sua rede na frente das pedras, onde armara.
Toda sexta para sábado, Zé pousava num barraco, na ilha do Rolim, que fica defronte para a Pedra Branca. Ele armava a rede à tardezinha e a recolhia antes do amanhecer do dia seguinte.
Cara de Diabo pouco se importava com as ondas esbravejando o seu furor, ou com o vento raivoso correndo como um leopardo atordoado... sua missão precisaria ser cumprida.
Naquela época, meados do século XX, muitos navios, diariamente, adentravam à baía de Antonina, quando o canal era profundo e não havia assoreamento. O Porto era muito movimentado, sobretudo pela exportação da erva-mate.
Zé não sabia, mas seu fim já estava às portas.
Uma linda sereia chamada Doroteia estava deitada sobre uma das pedras. Ela cantou com uma voz suave uma canção à Cara de Diabo:
"Velho homem, fuja desse desalento
Minutos te restam para o fim
E sobre ele terás o teu tormento".
– Como assim, uma mulher-peixe deitada sobre a pedra?, indagou o pescador.
Zé olhou para a sereia e não acreditava no que via. Bastou olhar uma segunda vez e a sereia pulou na água e foi-se ao seu esconderijo. De repente... a água invadiu a canoa do velho homem, que naufragou. Sua canoa afundou totalmente. E lá estava o velho teimoso pedindo socorro para ninguém.
Tudo piorou quando um tubarão de aproximadamente 9 metros de comprimento, que provavelmente viera seguindo algum navio, mostrou sua barbatana e, compassadamente, seguiu na direção do Cara de Diabo.
As ondas se fortaleceram ainda mais com a presença do predador, encobrindo o velho, que ao ser engolido pelas ondas do bravio mar, nunca mais foi encontrado. Segundos após o que possivelmente tenha sido o último suspiro do velho Zé, o vento se acalmou, as águas se aquietaram e tornaram-se da cor do carmesim, um mar de sangue.
Desde aquele dia, nenhum outro tubarão foi avistado em águas capelistas. Mas alguns pescadores têm avistado muitas piranhas assassinas por toda a parte.
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— Por Jhonny Arconi
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A Pedra Branca é um local bastante conhecido daqueles que andam remando suas canoas pelas esquinas da baía de Antonina. As pedras são brancas na parte superior devido às evacuações avinas, principalmente garças e socós.
Zé Cara de Diabo, pescador tucunduvense, fazia do local seu pesqueiro predileto. Ali, o velho pescava muitos peixes.
Num sábado, de um maio molhado e arrepiante por causa do frio, por volta das 5 da manhã de um início de dia triste, o velho Cara de Diabo, na época com 62 anos, estava recolhendo sua rede na frente das pedras, onde armara.
Toda sexta para sábado, Zé pousava num barraco, na ilha do Rolim, que fica defronte para a Pedra Branca. Ele armava a rede à tardezinha e a recolhia antes do amanhecer do dia seguinte.
Cara de Diabo pouco se importava com as ondas esbravejando o seu furor, ou com o vento raivoso correndo como um leopardo atordoado... sua missão precisaria ser cumprida.
Naquela época, meados do século XX, muitos navios, diariamente, adentravam à baía de Antonina, quando o canal era profundo e não havia assoreamento. O Porto era muito movimentado, sobretudo pela exportação da erva-mate.
Zé não sabia, mas seu fim já estava às portas.
Uma linda sereia chamada Doroteia estava deitada sobre uma das pedras. Ela cantou com uma voz suave uma canção à Cara de Diabo:
"Velho homem, fuja desse desalento
Minutos te restam para o fim
E sobre ele terás o teu tormento".
– Como assim, uma mulher-peixe deitada sobre a pedra?, indagou o pescador.
Zé olhou para a sereia e não acreditava no que via. Bastou olhar uma segunda vez e a sereia pulou na água e foi-se ao seu esconderijo. De repente... a água invadiu a canoa do velho homem, que naufragou. Sua canoa afundou totalmente. E lá estava o velho teimoso pedindo socorro para ninguém.
Tudo piorou quando um tubarão de aproximadamente 9 metros de comprimento, que provavelmente viera seguindo algum navio, mostrou sua barbatana e, compassadamente, seguiu na direção do Cara de Diabo.
As ondas se fortaleceram ainda mais com a presença do predador, encobrindo o velho, que ao ser engolido pelas ondas do bravio mar, nunca mais foi encontrado. Segundos após o que possivelmente tenha sido o último suspiro do velho Zé, o vento se acalmou, as águas se aquietaram e tornaram-se da cor do carmesim, um mar de sangue.
Desde aquele dia, nenhum outro tubarão foi avistado em águas capelistas. Mas alguns pescadores têm avistado muitas piranhas assassinas por toda a parte.
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— Por Jhonny Arconi
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