Até o final do século 19 as cirurgias eram feitas “sem anestesia”.
Até o final do século 19 as cirurgias eram feitas “sem anestesia”. Para amputar uma perna era preciso cortar a pele e apertar a veia, enquanto outro médico vinha com um serrote cortando o osso. E o paciente gritava, gritava e gritava de dor.
Veja o relato de Fanny Burney, famosa romancista e dramaturga do século XIX, contando sobre a mastectomia a qual foi submetida sobre o efeito de apenas uma taça de vinho para aliviar a dor (além de sete homens a segurando após o início da cirurgia):
“Quando o terrível aço foi mergulhado no peito – cortando as veias, artérias, carne, nervos, não precisei de injunção para não conter meus gritos. Comecei um grito que durou ininterruptamente durante todo o tempo da incisão ... Oh, céu! – eu então senti a faca contra o osso do peito – raspando-o! Isso foi feito enquanto eu ainda permanecia em uma tortura totalmente muda.”
As primeiras formas de anestesia conhecidas datam dos tempos pré-históricos na forma de ópio. Os xamãs incas usavam coca para anestesiar um território de corpo. Na Idade Média, usava-se uma preparação que incluía ópio, suco de amoras amargas, suco de eufórbia, suco de meimendro, suco de mandrágora, suco de hera, sementes de bardana, sementes de alface e sementes de cicuta.
O primeiro passo para a anestesia geral foi em 1796 com um farmacêutico, Humphry Davy, experimentando os efeitos da inalação de óxido nitroso. Ele percebeu que o gás produzia uma sensação agradável, acompanhada de um desejo incontido de rir e seria bom empregá-lo contra as dores cirúrgicas.
Dia 16 de outubro de 1846 é considerada a data em da primeira cirurgia oficial com anestesia geral. O procedimento foi a retirada de um tumor no pescoço de um jovem de dezessete anos (Gilbert Abbot) anestesiado com éter pelo dentista William Thomas utilizando um aparelho inalador.
De forma concisa, anestesia geral é o estado que reúne sedação, analgesia, amnésia e paralisia muscular (o famoso bloqueio neuromuscular) induzido pelo uso de medicamentos. É a perda de consciência induzida, reversível e controlada.
Hoje, temos uma variedade imensa de sedativos, hipnóticos, analgésicos, anestésicos, bloqueadores musculares, para que os profissionais de anestesiologia possam utilizar o que julgarem mais adequados para cada paciente e procedimento em particular.
Imagem: Primeira cirurgia com o uso de éter anestésico
Grupo: Divulgação de fatos e conhecimentos: ciências e afins.
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