quinta-feira, 25 de maio de 2023

No dia 27 de março de 1845, nasceu na Alemanha o físico que revolucionaria as ciências naturais ao descobrir que a radiação pode atravessar substâncias opacas à luz comum.

 No dia 27 de março de 1845, nasceu na Alemanha o físico que revolucionaria as ciências naturais ao descobrir que a radiação pode atravessar substâncias opacas à luz comum.


Pode ser uma imagem de osso

Wilhelm Röntgen, o físico alemão que primeiro identificou raios-X, pelo qual ganhou o primeiro Prêmio Nobel de Física em 1901. O raio-X abaixo mostra a mão de Lorde Kelvin, completa com anel de sinete e foi tirada na Royal Society em 1896. Lorde Kelvin é conhecido por desenvolver a escala Kelvin de temperatura absoluta (onde o zero absoluto é definido como 0 K). O título de Lorde Kelvin foi lhe dado em homenagem a suas realizações.

O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen estudou na Holanda e na Suíça, formando-se em Zurique.

Röntgen interessou-se pela Física após haver cursado engenharia mecânica. Em novembro de 1895, já trabalhando como professor da Universidade de Würzburg, na Alemanha, observou um fenômeno surpreendente ao fazer experimentos com um tubo de raios catódicos.

Sabia-se, na época, que certos materiais emitiam luz quando expostos a raios catódicos. O tubo de raios catódicos tinha sido inventado pelo inglês William Crookes (1832-1919) anos antes. Era um tubo de vidro, dentro do qual um condutor metálico aquecido emitia elétrons– os raios catódicos – em direção a outro condutor.

Quando Röntgen ligou o tubo, uma placa de material fluorescente – bário – brilhou. Ele desligou o tubo e o brilho sumiu. O brilho persistiu quando Röntgen colocou um livro e uma folha de alumínio entre o tubo e a placa. Alguma coisa saía do tubo, atravessava barreiras e atingia a placa de bário.

Röntgen concluiu que o tubo emitia, além dos raios catódicos, algum tipo de radiação desconhecida. Por isso lhe deu o nome provisório de raios X. Ele preferiu aperfeiçoar seus experimentos antes de divulgá-los. Em menos de dois meses, havia acumulado conclusões suficientes para publicar seus resultados. Em alemão, seu nome virou verbo –röntgen– para o ato de fazer radiografia.

Em dezembro, fez a radiação atravessar a mão de sua esposa, Bertha, durante 15 minutos. Do outro lado, colocou uma chapa fotográfica. Depois de revelá-la, viam-se nela os contornos dos ossos da mão: era a primeira radiografia da história. A imprensa noticiou o fato com destaque em 5 de janeiro de 1896.

Sucesso na medicina

A descoberta de Röntgen fez enorme sucesso na medicina, porque permitia, pela primeira vez, observar o interior do corpo mantendo-o intacto. Nesta época, ainda não se sabia que estes raios, em excesso, podem prejudicar o organismo. Ao usar os raios X em suas pesquisas, o físico francês Becquerel, alguns meses mais tarde, descobriu a radioatividade.

Röntgen recusou um título de nobreza que lhe foi oferecido e preferiu não patentear qualquer aparelho ou processo relacionado com os raios X, pois desejava que a humanidade se beneficiasse da sua descoberta.

Sem ela, não conheceríamos as estruturas das moléculas, não haveria esperanças de curar o câncer, não teríamos informações importantes sobre o interior de uma série de organismos (inclusive das múmias), nem poderíamos ver as explosões do Sol.

Os raios X são ondas eletromagnéticas de comprimento muito curto, cerca de um milhão de vezes menor do que 1 milímetro. As técnicas de detecção de imagem por raios X propiciaram o descobrimento da ressonância magnética, da ultra-sonografia e da medicina nuclear. A tomografia computadorizada, uma superevolução do raio X, equivale a cerca de 130 mil radiografias.

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