Greve no Porto de Paranaguá, 1962.
Em 1962, quando já se desenhava o Golpe Militar no Brasil, o presidente João Goulart (Jango) indicou San Tiago Dantas para substituir Tancredo Neves no cargo de primeiro-ministro. No entanto, a Câmara dos Deputados rejeitou a indicação do presidente e apostava no conservador Auro de Moura Andrade que, para assumir, precisava renunciar ao cargo de senador.
Neste contexto, conforme apontou Boris Fausto (1999), “foi desfechada a primeira greve política do Brasil. Decretada a 5 de julho, como greve geral de 24 horas por um gabinete nacionalista [...] os portuários pararam praticamente todos os portos do país”.
De acordo com o Jornal Última Hora, de 6 de julho de 1962, em Paranaguá, depois de uma rápida assembleia, os portuários “decretaram uma greve que eclodiu às 13 horas de ontem, paralisando totalmente os serviços portuários”. Na mobilização os grevistas assinaram um manifesto com o seguinte teor:
“Como prevíamos em nossos pronunciamentos, se trama contra a legalidade constitucional, se pretende implantar uma ditadura reacionária, acobertada com um Conselho de Ministros composto de inimigos jurados do nosso progresso, de nossa independência e tranquilidade. Uma maioria eventual na Câmara dos Deputados rejeitou a primeira indicação do presidente da República. Animados com essa votação, querem um Conselho de Ministros de entreguistas e obrigar o presidente da República a sancioná-lo. Neste momento, apoiamos as enérgicas declarações do Sr. Presidente da República e estamos coesos em torno de que não transija nem compactue com esses inimigos de nossa Pátria e de nosso povo. [...]”.
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