terça-feira, 2 de maio de 2023

Alfredo Alves da Silva

 

Alfredo Alves da Silva

Nascido em Paranaguá em 1863, filho de Antonia da Silva o pai infelizmente não pudemos encontrar nesta singela pesquisa.

Podemos começar nossa história em idos de 1888, encontramos nosso personagem fazendo parte da “Sociedade de Imigração de Paranaguá”, interessante que mutos membros faziam parte da Loja Perseverança. Muito poucas informações sobre esta sociedade

1885-JORNAL O FUTURO DE PARANAGUÁ 3 DE OUTUBRO DE 1885 EDIÇÃO 202 PÁG 2

Professor de destaque na comunidade paranguara, desde idos de 1880 deu aulas na escola gratuita como se chamavam à época , iniciado maçom na Loja Perseverança de Paranaguá, foi professor em diversas escolas na cidade e foi professor da Escola Noturna em Paranaguá, esteve a frente da Escola José de Carvalho que era mantida pela Loja Fraternidade Paranaense, o qual foi um dos fundadores, esteve ligado ainda a Loja Luz Invisível em Curitiba.

Um  velho  professor  paranagüense,  há  poucos  anos  falecido  na Capital  do  Estado,  o  Sr.  Alfredo  Alves  da  Silva,  por  nos  consultado  ,assim  respondeu:  “Quando  eu  era  criança,  os  antigos  ao  relatarem  alguns  acontecimentos  de  nossa  terra,  diziam  que  os  navios  negreiros,  ao  virem  carregados  de  escravos,    às  ocultas,  por    temerem  a  fiscalização  das  autoridades,  desembarcavam estes   na  ilha dos  Valadares,  para,  no  dia  seguinte,  os  traficantes  virem  à  cidade tratar  de  vendê-los. 

Diziam  mais,  que  nessa  ilha  moravam  uns  indivíduos  que  se  encarregavam  de  tais  transações  e  pertenciam  à família  Valadares.

Por  este  valioso  testemunho,  fica  fora  de  dúvida  que  a  denominação  certa  é  de  Ilha  dos  Valadares, ali  morou  família  de  tal  nome  e  de  ilustre  descendência  no  país.  E  o  Prof.  Alves  da  Silva  acrescentou: 

Há  muitos  anos   (1888  ou  1889)  quando  era  Secretário da Loja Maçónica “PERSEVERANÇA”, desta cidade, indo em  comissão  com  outros  membros  da  Loja  ao  Hotel,  para  cumprimentar  o  coronel  Henrique  Valadares,  então  Secretário  Geral  do  Grande  Oriente  do  Brasil,  que  visitava  Paranaguá,  dele  ouvi  em  palestra,  que  tinha  prazer  em  visitar  a  terra  dos  seus  avós”.  Por  essa  revelação  do  velho  professor,  verifica-se  que,  como  um  borrão  no  esplendor  da  paisagem,  existia  ali  um  mercado  ou  entreposto  para  venda  de  escravos.  a  terra  de  seus  avós.  Este  episódio  deu-se  em  1888  ou  89  e  dele. Até  aí  as  reminiscências  do  nosso  venerando  conterrâneo  que  vieram  revelar  a  incógnita  do problema, provando  que  houve com efeito  uma  família  que  deu  nome  à  ilha.  É  verdade  que  da  lista  das  pessoas  notáveis  de  Paranaguá  no  começo  do  século  XIX  não  consta  pessoa  alguma  com  o  nome  Valadares,  mas  sendo  a  relação,  que  vem  nas  Memórias  Históricas  do professor  Vieira  dos  Santos,  de  1900,  e  mesmo  que  até  1821  não  se  encontre  tal  denominação,  tudo  nos  induz  que  se  tratasse  de  habitantes  mui  antigos  do  nosso  recôncavo  e  que  no  primeiro  quartel  do  século  passado  habitassem  a  ilha,  sem  grande  notoriedade  social  para  serem  contemplados  na  lista  de  pessoas  de  maior  destaque,  ali  exercendo  um  comércio  que  embora  repugnante  para  os  nossos  sentimentos  atuais,  não   o  era  para   a  mentalidade  do  tempo,  sendo  até  considerado  legal. 

Voltando ao nosso personagem histórico foi ele nomeado Professor em Tamandaré iniciado em 1883 na Loja Perseverança em Paranaguá, encontramos uma passagem sobre Alfredo no Livro Paranaguá na História e na Tradição de Manoel Viana, fala sobre ter sido professor de Vicente Nascimento Junior. que o preparou para os exames que iria prestar.

Encontramos ainda no Jornal Dezenove de Dezembro diversas solicitações do professor para o Governado da Província solicitando aumento de subvenção para a manutenção da Escola Noturna que na época era gratuita. Em 1889 foi nomeado para a cadeira de instrução primária conforme abaixo.

Jornal 19 de Dezembro 02 de Agosto de 1889 Ed. 80 pág 2
Jornal o Jerusalém de 15 de Setembro de 1889 pág 2 edição 020.

Boletim do Grande Oriente do Brasil 1892 – Junho
Jornal A República 23 de Dezembro de 1893 pág 2 edição 275

Esteve servindo na 3 Cia como Alferes sob o comando de Manoel Bonifácio Carneiro, esta Companhia Militar esteve junto com os amotinados Fazia parte de um plano geral, um levante liderado pelo maçom Coronel Theófilo Soares Gomes, da Loja Perseverança, contra a guarnição local legalista comandada pelo Coronel Eugênio de Mello, No dia 13 de Janeiro de 1894 que fora a data marcada para a esquadra dos Maragtos chegar, mas isso não ocorreu. O coronel Eugênio de Mello venceu os revoltosos e os prendeu todos.

Aqui verificamos que Alfredo já tinha subido a Serra e estava com moradia fixa em Curitiba.

Foi um dos Fundadores da Loja Fraternidade Paranaense, confirmado pela ATA de instalação da Loja o qual Alfredo foi Secretário da 1 Administração da Loja.

Encontramos registros de Alfredo em Curitiba em 1900, dando aulas na Escola José de Carvalho.

Jornal A Esphinge 2 de Dezembro de 1902
Jornal A Noticia 03 de Agosto de 1909 edição 854 pág 2

Fez parte da diretoria da Federação Espirita do Paraná em 1903

Foi um dos nomeados para fazer parte da comissão organizadora do 4 Congresso brasileiro de Geografia, realizado na cidade de Recife que realizou-se de 7 à 16 de Setembro de 1913.
1912 Jornal a Republica edição 157 pagina 1
Fazendo uma simples reflexão ele viveu em uma época cercado por gigantes do ensino no Paraná, Cleto da Silva, Lindolfo Rocha Pombo e Julia Vanderlei, Sebastião Paraná e muitos outros viveu em uma época de ouro das grandes personalidades literárias do Paraná. Realmente uma ‘SAFRA” do melhor dos melhores.

Referências

História Crônicas e Lendas V Nascimento Jr

Viana Manoel Paranaguá na História e na Tradição

Spoladore Hercule História da Maçonaria Paranaense no Século XIX

Sampaio Ferreira Hamilton – Entre o Compasso e o Esquadro: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná de 1830- até 1930.

Biblioteca Nacional

Pombo Rocha Para a História

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