quinta-feira, 4 de maio de 2023

Antonio Felippe Nery Dias de Paiva

 

Antonio Felippe Nery Dias de Paiva

Preso em Paranaguá no dia 11 de Janeiro de 1894 e depois novamente preso  em Curitiba, ia ser fuzilado e por sorte não o foi, iniciado na Loja Perseverança, Paranaguá. Capitão da Guarda Nacional.

Nosso Personagem começou sua vida em Iguape São Paulo aonde nasceu, era filho de Francisco Jose Dias de Paiva e Miquelina Rosa de Paiva o se pai era “Fogeteiro” em Iguape em 1873 segundo Almanak da Província de São Paulo e mudou-se para Paranaguá em idos de 1880 montando lá uma “Fabrica” de fogos de Artificio, chamada Abreu & Cia.

Jornal O Futuro 10 Janeiro de 1885 número 165 pág 4.
Amigos do pai de Antonio quase todos maçons e membros da Loja Perseverança.

Seu pai era Coronel da Guarda Nacional,
O futuro – Paranagua 3 de Janeiro de 1886 edição 215 página 6
Edição 237 Dezenove de Dezembro . 9 de Dezembro de 1886.

1887 fogos em Paranaguá empresa do pai de Antonio



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Seu Papel na Revolução de 1894, não ficou muito claro, mas deveria ter tido um papel importante pois foi preso em Paranaguá com os revoltosos de 1894 e depois em Curitiba quando Vicente Machado retornou a cidade, inclusive tinha a sua “sentença de morte” ja definida.

Vamos aos acontecimentos de 1894

Após uma reunião com os políticos maragatos locais entre eles inúmeros maçons, ficou acertado que o Almirante Custodio de Melo através do imigrante Anarquista Italiano Jornalista residente em Curitiba Francisco Colombo Leone, que futuramente viria a pertencer a Loja Luz Invisível n 749 o dia em que a Esquadra rebelde atacaria Paranaguá, fazia parte deste plano um levante geral liderado pelo maçom Coronel Theophilo Soares Gomes membro da Loja Modéstia contra a guarnição legalista local comandada pelo Coronel Eugenio de Melo levante este marcado para o dia 13 de Janeiro de 1894, supostamente neste dia a Esquadra Rebelde deveria estar em Paranguá, infelizmente não veio o que aconteceu foi que os revoltosos foram presos entre eles os seguintes maçons Joaõ Evangelista Espindola, Luis Victorino Picanço, Manoel Claricio de Oliveira, Alberico Figueira de Alcantara, Coronel Theophilo Soares Gomes, José Gonçalves Lobo, Matias Bon, Joaquim de Souza Rodrigues, Alcides Augusto Pereira, José Ferreira de Campos, Joaquim Candido de Oliveira, Generoso Borges de Macedo, Jose Gonçalves da Silva Bastos, todos ou quase todos membros da Loja Perseverança, a ordem inicial do General Pego Junior ao prender os revoltosos era fuzilar os cabeças do levante, porém segundo o Telegrama do ministro da Guerra General Enéas Galvão, s´poderiam ser fuzilados após passarem por um tribunal militar e serem julgados culpados segundo as leis militares (Que só valeram no inicio da revolução), entre as forças legalistas estavam diversos maçons da Loja Perseverança também, Coronel Arthur de Abreu, Coronel Guilherme Guimarães, Major Randolfo Gomes da Veiga Coronel Teodorico dos Santos, Capitão Tiago Pereira de Azevedo, além do tenente Julio Perneta (nome completo: Julio David Pernetta, irmão carnal do Dr. Emiliano David Pernetta) membro da Loja Perseverança, Estrela de Antonina (Aonde foi venerável) Modéstia de Morretes e Luz Invisível.
Éramos 106 infelizes presos naquela prisão em Paranaguá, lembrava como nitidez dos últimos acontecimentos dos últimos 4 dias desde que fomos encarcerados, o Coronel Theophilo era uma “Fortaleza” nos passando sempre uma palavra amiga de esperança, difícil de ser entendida pois já tínhamos sido condenados, quando percebemos que os guardas que nos vigiavam que eram da Guarda Nacional foram substituídos por 60 estrangeiros, mercenários que faziam parte do 111 Batalhão de São Paulo comandados pelo Capitão João Garcia, ainda era vivo em minha lembrança o desfile do Coronel Eugênio de Melo após ter nos prendido, com banda de musica gritando vivas ao Mal Floriano Vicente Machado e a República, sabíamos que seriamos fuzilados.
“Vimos mais tarde que esta noticia tinha por fundamento telegramas trocados entre o General Pego Junior e o Barão do Rio APA, felizmente dia 14 quando já nos fugia a esperança e já tínhamos como certo nosso destino, ouvimos ao longe espoucar de tiros de canhão, eram finalmente os navios revolucionários o Vapor Esperança forçando a barra não obteve sucesso sendo repelido pela guarnição da Fortaleza da Ilha do mel, por sinal muito mal armado, no dia seguinte sob a proteção do Cruzador República o navio Palas enviou uma força de desembarque que tomou a fortaleza da Ilha do mel, os Navios Esperança e Urano entraram pela Barra Norte e foram ocupar o porto de Paranaguá, dia 15 às 16:30 após intensa fuzilaria e muita correria, sabíamos que os nossos camaradas estavam próximos a cadeia que tinha ficado como último ponto de resistência na cidade, então o Capitão Julio Garcia comandante da Cadeia com 76 soldados que tinha ideia de resistir ate o último homem, após intensa fuzilaria chegou-se a grade e disse ao Sr Theophilo Soares que era o chefe dos presos e a maior autoridade presa e fez a leitura de uma intimação do Ten Lecoq em nome do Almirante Melo esta intimação dava 30 minutos para a rendição dos “legalistas”, então o Cel Theophilo deu para o Capitão sua palavra que os que se rendessem, seriam tratados como “convidados” em sua casa e teriam suas vidas preservadas (Não seriam tratados como prisioneiros de guerra). A Guarnição de Paranaguá compunha-se apenas de 400 homens, a esquadra do Almirante Custódio de Melo compunha-se dos Navios Iris, Republica, Urano, Palas, Esperança e Aquidaban.
Pego Junior quando estava a caminho de Paranaguá e soube do ocorrido (Desembarque e tomada da cidade), retirou-e precipitadamente para Curitiba, deixando grande número de armamentos, e deixando parte de sua tropa à sua própria sorte, Pego Junior poderia ter resistido e lutado, atrasando assim o avanço das tropas Federalistas Serra acima, então na retirada bloquear os caminhos da Serra, mas abandonou os trabalhos de obstrução.

Sabemos que era casado com Flora Lucas de Paiva pelo documento abaixo o qual registrava o nascimento de uma filha de nome Fillipa.
Após o retorno de Vicente Machado a Curitiba e o General Ewerton de Quadros em 6 de Maio de 1894 foi implantado na cidade de Curitiba um “Regime de Terror” inclusive na velha cadeia de Curitiba não se podia abrigar tantos presos, então todos os presos chamados “Traidores” pelo governo Legalista foram levados ao Theatro São Theodoro (Percussor do Teatro Guaíra), que estava localizado na antiga Rua da Assembleia (hoje Dr Muricy), sem a minima condição de humanidade, prenderam pessoas que constavam em uma enorme lista de suspeitos, uma relação parcial de cidadões considerados “culpados” de traição e uma comissão de sindicância nomeada pelo Gen Ewerton de Quadros terminou em 31 de Agosto de 1894 e dela constam pessoas que tomaram parte ativa na revolução, de acordo com documentos apresentados ao conselho marcial composto de um Major um Capitão e um Coronel , mas segundo sabemos havia uma lista “paralela” que era dos que deveriam ser enviado para o Rio de Janeiro par julgamento, esta era a senha que significava que estes desta lista seriam fuzilados aqui mesmo e sem julgamento, na lista constava o nome do ainda estudante Affonso Alves de Camargo que viria a ser futuramente Governador do Paraná e Grão Mestre do Grande Oriente Estadoal do Paraná, federado ao Grande Oriente do Brasil, apenas por alguns dias, também nesta lista estava Antonio Felippe Nery Dias de Paiva da Loja Perseverança, Prisciliano do Silva Correia e outros, não era necessário ter sido contra o governo ou tomar alguma atitude suspeita a causa federalista, a mais simples demonstração de apreço a causa era suficiente para seu nome estar na lista qualquer ligação com o Federalismo era crime e punido com fuzilamento, o terror psicológico foi intenso feito pela soldadesca, invadiam as celas a noite e com a ponta da baioneta descobriam os detentos a procura de um ou outro infeliz que iria com eles, antes passavam no Quartel General para ser dada a “Ordem Final” la a escolta com o prisioneiro se dirigia para os lados do Cemitério Municipal para serem fuzilados sumariamente, diziam jocosamente aos demais presos que tivessem paciência que sua hora chegaria, uma história aconteceu com nosso personagem que era maçom desde 1890 Antonio Felippe, estava ele preso no Theatro São Theodoro quando foi acordado com chutes e baionetas, despediu-se dos amigos e seguiu com a escolta até o Quartel General, mas chegando lá o comandante já tinha se recolhido aos seus aposentos e o sofrimento de Antonio se prolongaria até a noite seguinte pois gostavam somente de fuzilar a noite, uma outra versão é que ele tenha seguido até o cemitério para ser fuzilado mas não o foi, no dia seguinte um Capitão legalista talvez um maçom ou talvez um grande amigo intercedeu a favor do prisioneiro e este foi poupado e posto em liberdade como qualquer cidadão sem culpa, a situação de cada cidadão era imprevisível não existem registros de auxilio entre irmãos em lados opostos da Revolução, mas isto é perfeitamente possível a exemplo da Revolução Americana o qual existe farto material sobre isto.

Registros Civis 1842-1902- 004581214 p 49 Paranaguá 14 de Março de 1895.

Em idos de 1886-1887 podemos afirmar que Antonio se encontrava em Curitiba aonde exercia a função de Pintor e representante da empresa de seu Pai, Abreu & Cia.

Em 1892 encontramos seu nome em uma lista de embarque no paquete “Victoria” retornando do Rio Grande do Sul, segundo o Jornal a Federação em 14 de Maio, não podemos aformar se tinha se encontrado com Julio de Castilhos, mas é uma possibilidade, neste época possivelmente já era membro da Loja Perseverança em Paranaguá desde 1890 , aja visto que seu circulo de amizades em uma grande parte era de maçons daquela Loja, encontramos registros no Grande Oriente do Brasil de sua passagem pela Loja em 1898, talvez sua documentação tenha se perdido após o grande incêndio de 1920.

Boletim do Grande Oriente do Brasil 1898 páginas 26 e 29
Jornal a Republica 14 de Julho de 1896 página 3 edição 156

Faleceu em 1901
Diário da Tarde 3 Março de 1901 Noticia o Falecimento.

Biografia:

Biblioteca Nacional

Jornais Dezenove de Dezembro, A Federação e outros

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_de_S%C3%A1_Camargo

https://www.geni.com/people/Antonio-de-S%C3%A1-e-Camargo-bar%C3%A3o-e-Visconde-de-Guarapuava/6000000027125881498

Alexandre  Cássio de Souza – Coronelismo, Guerra Civil Federalista e Contestado: Breve Análise das Relações Políticas no Paraná

https://portouniao.webnode.com.br/quem-foi-/cel-amazonas-de-araujo-marcondes/

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Bley Waldemiro Júnior, in Genealogia da Família Bley

SPOLADORE HERCULE, História da Maçonaria Paranaense no século XIX

POMBO ROCHA,  Para a HistóriaWikipédia

http://ma.zanon.zip.net/arch2008-05-11_2008-05-17.html

Biblioteca Nacional

SAMPAIO JUNIOR HAMILTON Entre o Compasso e o Esquadro: A Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná no período de 1830 até 1930,  pág 301.

ABREU, A. Dicionário (v.I); ALBUQUERQUE, C. Mensagem (1916)

 CAMARGO, Affonso Alves de. Mensagem (1917, 1929)

 CÂM. DEP. Bio. Affonso Camargo Disponível em: . Acesso em: 6 fev.2009; CARNEIRO. Disponível em: ; CARNEIRO, D.; VARGAS, T. História;

GOULART, M. Coronelismo; LOVE, J. Regionalismo

 ORDEM ADV. BRASIL. Seção Paraná. OAB Paraná, galeria de presidentes. Disponível em . Acesso em: 5 fev. 2009

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Instituto Moises Soares   http://msinstituto.blogspot.com/

instituto histórico e geográfico de paranaguá – ihgp

Vianna Manoel Paranaguá na História e na Tradição.

Filho Ribeiro Anibal História do Clube Literário (Paranaguá).

FamilySearch

Wikipédia

http://palmas-pr131anosdehistriaehistrias.blogspot.com/2010/05/prefeitos-de-palmas-pr.html

“Brasil, Paraná, Registros da Igreja Católica, 1704-2008,” images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939J-DN8P-N?cc=2177282&wc=MHN8-QP8%3A369754901%2C369754902%2C369866601 : 22 May 2014), Campo Largo > Nossa Senhora da Piedade > Matrimônios 1885, Out-1889, Maio > image 67 of 100; Paróquias Católicas, Paraná (Catholic Church parishes, Paraná).

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