CATIRA, A PROFESSORA DO ERMELINO MATARAZZO
CATIRA, A PROFESSORA DO ERMELINO MATARAZZO
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1938.
A escola Ermelino Matarazzo, em Antonina, era uma instituição de ensino administrada pela família Matarazzo.
Catira Ferreira era uma jovem professora de Língua Portuguesa. Ela lecionava especialmente a jovens e a adultos que trabalhavam nas indústrias Matarazzo. As aulas eram diariamente, das 19:00 às 22:30.
Era uma sexta-feira.
Bate o sino:
– Blem, blem! blem, blem! bléimmmm!
Os alunos são dispensados.
Agora, Catira está sozinha na escola.
Ela vai para a sala dos professores preparar a aula do dia posterior, pois naquela época, aos sábados havia aulas de reforço.
23:15
A docente está muito cansada.
Quando se debruça sobre a mesa, ela é totalmente vencida pelo sono, e então se ouve um barulho. Era o som de uma motosserra ligada.
– Rouuuc ruuc ruuuu feeennn fenn runnn.
A moça sai da sala dos professores e vai caminhando pelo extenso corredor, olhando para trás. De repente, as luzes começam a piscar intermitentemente. As portas das salas de aula se movimentam, fazendo o som típico proporcionado pela dobradiça deslubrificada.
– ruuuuiaaaaaaa aaaaaa...
Enquanto isso, lá fora da escola, um cachorro começa a latir.
– Raouu raouu raouu...
Naquela noite, o vento uivava, os grilos cricrilavam alto e os transeuntes assoviavam como doidos em dia de lua cheia.
No corredor da escola, Catira está parada, sem saber o que fazer. A senhorita então leva as mãos ao rosto, ajoelha-se e começa a chorar, esperando pelo pior.
O barulho dentro da escola é intensificado quando cadeiras e mesas são arrastadas e parecem ser arremessadas nas paredes.
– Riauuu hoc hec... Paá paá!
A rapariga está totalmente aterrorizada, chorando muito e gritando por socorro:
– Socorro! Socorro! Alguém me ajude, por favor!
De repente, tudo se acalma... Ela tira as mãos do rosto, levanta-se e vai caminhando lentamente em direção à porta.
Mas o pior ainda não tinha acontecido.
Caminhando, agora, em meio ao silêncio, Catira olha para trás... O barulho torna a ser ouvido e ela vê quando no final do corredor, duas pessoas, sem as cabeças, parecem estar brigando. Era o que faltava para a moça criar forças e sair correndo.
E foi o que ela fez...
– Vuc vuc vuc...
Catira sai correndo...
A porta que dá acesso ao pátio da escola está emperrada... mas ela força o bastante e consegue abri-la. Chega até os portões de acesso à rua, mas estão trancados com cadeados.
Diante da situação, o que lhe restava era esperar aquela coisa e lutar contra ela... ou então, entregar-se, sem saber o que poderia acontecer. Mas Catira, criando força, tenta subir pela grade... Ela olha para trás e uma das pessoas sem cabeça está vindo ao seu encontro.
Ela está tentando subir.
A pessoa decapitada está a 10 metros...
Ela está quase conseguindo passar para outro lado.
O ser sem cabeça está a 5 metros...
E finalmente ela consegue passar para outro lado.
Agora, estando do outro lado do portão, Catira olha em direção à escola e vê que não há ninguém, e ainda percebe que os portões estão escancarados, totalmente abertos.
Uma mulher que passava pela rua, pergunta:
– Está tudo bem com você, moça?
Catira responde:
– Não estou bem, não! Você viu uma pessoa sem cabeça vindo em minha direção?
Ao que, a senhora diz:
– É! Você não está bem mesmo!
Já era madrugada... e lá dentro da escola finalmente Catira acorda.
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— Por Jhonny Arconi
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