segunda-feira, 8 de maio de 2023

A CHEGADA DO CINEMA FALADO EM CURITIBA

 A CHEGADA DO CINEMA FALADO EM CURITIBA


Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.


Nenhuma descrição de foto disponível.
A CHEGADA DO CINEMA FALADO EM CURITIBA
"Em 23 de outubro de 1929, o Cine Theatro Palace (mais tarde Palácio) alardeava a maior sensação de todos os tempos: a estreia do cinema falado em Curitiba. Os jornais da época publicaram anúncios de meia página divulgando a estreia de “O cantor de Jazz”, um filme sonoro, cantado, dançado e falado. The Jazz singer, com Al Jolson, o maior astro cantor da Broadway, May Avoy e direção de Allan Crossland, Warner Brothers, 1927. Com alguns diálogos e músicas, o restante do filme conservava a linguagem dos mudos, inclusive com as legendas interrompendo a cena.
O aparelhamento sonoro foi montado por um engenheiro americano, auxiliado por um brasileiro da Cia. Força e Luz e mais 10 técnicos de “comprovada competência”.
O Cine Avenida, por problemas técnicos, inaugurou o “sonoro” dois dias depois, pela manhã, com a presença do presidente do Estado, Sr. Affonso Alves de Camargo, exibindo o filme “Divina Dama”, com Corinne Griffith e Victor Varloni, Oscar de direção em 1928 para Frank Lloyd (Divine Lady – Paramount). No programa, alguns complementos com trechos da ópera Carmen de Bizet e do Tanhauser de Wagner. Administrado por Luiz Muzzilo, concorrente de Mattos Azeredo.
A publicidade alardeava “a primazia não consiste em ser o primeiro: Ella ressalta para quem pode e sabe ser o melhor”, (na grafia da época). Os dois cinemas continuaram a lançar filmes da nova fase do cinema, alguns até da UFA (Universum Film Aktiengesellschaft) alemã. Durante semanas seguidas, nos cafés, nas residências, nas ruas, o assunto era a maravilha do cinema falado.
O projetor (da foto) com o toca-discos Vitaphone acoplado, o sistema usado então, o Vitaphone, consistia de discos de 16 polegadas, rodando a 33 1/3 rpm (o que deu origem aos Lps de vinil nesta rotação) em toca-discos acoplados ao projetor, acionados pelo mesmo motor garantindo a sincronização da imagem com o som. O filme tinha no início do rolo a marca “start”para ser colocado na janela do projetor e no disco também, onde a agulha teria que estar ao ser ligado o conjunto projetor e toca-discos. Se o filme arrebentasse ou o a agulha pulasse o sulco, teria que recomeçar o rolo de filme novamente, pois não havia como sincronizar no meio da parte projetada. Os filmes vinham em pequenos rolos, que eram projetados em dois projetores alternadamente, cada rolo com seu disco respectivo, e a habilidade dos operadores consistia em se notar minimamente as passagens. Também havia o problema do desgaste dos discos, poderiam quebrar no manuseio ou transporte, com a demora na reposição, impossibilitando a sessão.
No início dos anos 1930, difundiu-se o sistema “Movietone” em que o som vinha impresso na própria película, ao lado da imagem, sem problemas de sincronização. O sistema Vitaphone foi abandonado e o Movietone é usado até hoje, quando se projetam películas."
(Adaptado de: revistaideias.com.br)
Paulo Grani

Nenhum comentário:

Postar um comentário