sexta-feira, 5 de maio de 2023

Antonio Ribeiro de Macedo

 

Antonio Ribeiro de Macedo


Antonio Ribeiro de Macedo nasceu na localidade de Porto de Cima e era filho de Manoel Ribeiro de Macedo e de Francisca de Paula Pereira de Macedo, irmão do comendador José Ribeiro de Macedo. Casou-se com Sylvia Loyola de Macedo em julho de 1868.

Foi sargento ajudante, amanuense (*1) do Comando Superior da Guarda Nacional em 1865, por ocasião da Guerra do Paraguai (mas não vai para a batalha).

Foi suplente de delegado de polícia, vereador e presidente da Câmara Municipal de Porto de Cima de 1869 a 1872.Foi suplente de juiz municipal em 1870.

Foi juiz de paz de 1873 1876.

Foi eleito deputado provincial atuando de 1876 1877.

Foi delegado de polícia em Campo Largo em 1884.

Foi inspetor paroquial em Campo Largo em 1885.

Foi chefe de superintendência do ensino obrigatório em 1885.

Foi inspetor escolar de Paranaguá em 1890.

Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá.

Foi coronel comandante superior da Guarda Nacional em 1888.[1]

Ocupou ainda o cargo de prefeito do município de Antonina de 1894 a 1909 e de 1912 a 1916.

Fundou o jornal O Progresso em 1902.

Foi também provedor da Santa Casa de Caridade de Antonina.

Foi membro da Loja Maçônica Estrela de Antonina.

Junto com seu irmão fundam o Partido Democrático, mas logo extinto, e depois aproximam-se da liderança de Vicente Machado.

Em sua homenagem, há uma praça no centro da cidade de Antonina, denominada Praça Coronel Macedo. A praça ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, foi construída quando Antonio Ribeiro de Macedo era prefeito. Após o seu falecimento, a Câmara Municipal, através de projeto lei, denominou a praça em sua homenagem. Antes o espaço, considerado ponto turístico do município, era denominado de Campo da MatrizPátio da Matriz e Praça da República.Foi chamado “O remodelador de Antonina” pelo Periódico A República em 2 de Dezembro de 1914 quando da visita do Dr. Carlos Cavalcanti na inauguração da Estrada da Graciosa.

*1 Amanuense era todo aquele que copiava textos ou documentos à mão. A palavra amanuense provém do latim amanuense. Escrevente e copista são sinónimos de amanuense. Vulgarmente, considera-se amanuense o escriturário duma repartição pública ou estatal, que manualmente regista documentos ou os copia

Segundo encontramos na Genealogia Paranaense em seu volume 2 página 161.

Coronel Antonio Ribeiro de Macedo, nasceu em Porto de Cima em 15 de fevereiro de 1843.

Desde o verdor da idade revelou a sua inteligência, pelo que, seu pai procurou bons professores para guiar-lhe o ensino, não só do português como do latim, francês, etc.

O ensino do francês foi confiado a Nöel Guillet (*1), que com um bom método obrigava os alunos a só falarem naquele idioma.

O coronel Antonio de Macedo registra em suas memórias o ótimo serviço prestado pelo professor Noel e sua esposa, os quais não só ministravam instrução sólida, como também ensinavam aos alunos a pratica da virtude em todas as modalidades, procurando com seus conselhos paternais instruir e formar o seu caráter.

Noel Guillet executava belos retratos a óleo, e em 1853  em Morretes fez vários retratos de pessoas conceituadas, entre os quais o do historiador Antonio Vieira dos Santos que posou especialmente para que o artista executasse seu belo retrato, hoje pertencente ao autor desta genealogia, o qual foi encomendado pelo Comendador Antonio Alves de Araújo que o ofereceu a Vieira Santos,Outros retratos foram tirados, tais como: os do Comendador Modesto Gonçalves Cordeiro entre outros.

Completando o seu estudo primário, procurou aperfeiçoá-lo em seu gabinete, com boa leitura, o que conseguiu galhardamente. Na vida comercial dedicou-se sempre ao comércio, especialmente no benefício da Erva Mate, em cuja indústria foi estabelecido em Porto de Cima, São Joao da Graciosa, Antonina, Paranaguá, Campo largo, Morretes desde 1861 até este momento.

Tem exercido vários cargos de nomeação e eleição popular, cargos que tem desempenhado com competência, inteligência e dignidade; são eles: Sargento ajudante e amanuense do Comando superior da Guarda Nacional em 1865, por ocasião da formação das forças que se destinavam ao Paraguai.

Guerra com Paraguai

No ano de 1864, rebentou a guerra com o Paraguai. O serviço de remessa dos contingentes de soldados, era feito pela Guarda Nacional, então perfeitamente organizada com soldados e oficiais, havendo exercícios mensais em todos os lugares.

O comando superior da Guarda Nacional, era exercido pelo Tenente Coronel Manoel Gonçalves Marques,  que ocupava comando na falta do efetivo que se achava licenciado, o Coronel Modesto Gonçalves Cordeiro.

O Ten. Coronel Marques morava no Porto de Cima e o Capitão secretário Geral de Morretes e por isso era difícil o serviço ser feito por este, fui, como permitia a lei, nomeado amanuense da secretaria do comando. A esse tempo ocupava eu o posto de Sargento Ajudante, comumente chamado de Sargento de Brigada.

Tomando conta do cargo, ficou pesando sobre mim todo o serviço da secretaria que era voluntário,  assim como eram todos os que faziam Oficiais da Guarda Nacional, cujos postos eram solicitados com empenho apesar de serem obrigados a fardarem-se as suas custas, eu imaginava por, bem empregado o meu esforço, porque estava trabalhando para a Pátria. Em fins de 1865, houve uma revista no batalhão de Guardas Nacionais de Morretes, assim como em todos os demais subordinados

*1 Nöel Guillet  Professor Gramática latina elementar em comparação com gramática francesa elementar … 2ª edição [Texto impresso]

Publicação: Tournon: imp. de P.-R. Guillet, 1830.

Ao Comando Superior, em obediência a ordem do Governo para promover a aquisição de voluntários para a guerra. Aos corpos que estavam organizando para este fim, foram dados os nomes de “Voluntários da Pátria”.

Distintivo de voluntário da pátria,
usado no braço esquerdo do uniforme

O comandante do Batalhão de Morretes, depois de ler a ordem do dia, declarou que todos os que quisessem se alistar como voluntários dessem um passo a frente. Caso raro e que abona o alto patriotismo do povo de Morretes, todo o Batalhão se apresentou, sem exceção de um só homem.

O comandante Major José Antonio dos Santos, declarou que também seguiria com o Batalhão, provocou grande entusiasmo, porque na Guarda Nacional se achavam alistados todos os cidadãos com até 50 anos de idade.

Era a flor da população, promovendo a sua partida para a guerra em desafronta do brio nacional, mas também era a desorganização completa da lavoura, da indústria  e do comércio do município, no qual somente ficariam os jovens com menos de 18 anos e os homens de mais de 50 anos acrescendo que não havia isenção alguma e que os casados e viúvos também queriam partir.

O Paraná inteiro aplaudiu o ato de elevado patriotismo de que o povo de Morretes dera prova, mas o Presidente da Província compreendendo  a desorganização que isto traria para a vida de Morretes, agradecendo efusivamente a comunicação, respondeu que não era preciso tamanho sacrifício de uma só localidade; que se escolhesse 50 homens dentre os apresentados, e que com eles seguissem para Curitiba.

O Comandante deu execução a ordem, sendo eu, que então contava com 22 anos, um dos escolhidos.

Seguimos incontinente pela Graciosa, uns a pé outros a cavalo, e com a despreocupação da mocidade,  íamos alegres e contentes como se fossemos a uma festa, quando seguíamos talvez ao encontro da morte, como sucedeu a quase todos estes patriotas, pois poucos dos voluntários foram os que voltaram do Paraguai,Fomos admitidos no Batalhão que estava sendo organizado em Curitiba e que fazia exercícios duas vezes por dia, no campo, onde se acha o Hospital de Misericórdia.

No referido batalhão, já se achava preenchido o posto que eu ocupava, de Sargento de Brigada, e por isto depois de estar aquartelado durante 15 dias, fui dispensado pelo Presidente da Província, com pesar meu, e gaudio de meus pais.

Vida Politica

Desde moço dediquei-me à política, filiando-me ao Partido Conservador a que toda a minha família sempre pertenceu e do qual meu pai foi prestigioso chefe, no Porto de Cima. A esse partido servi com lealdade e firmeza, prestando-lhe relevantes serviços, e dedicando-lhe o melhor tempo de minha vida.

Trabalhei com afinco no sentido de que o traçado da Estrada de Ferro de Paranaguá Curitiba, passasse pelo Porto de Cima, empenhei meus melhores esforços neste sentido, fui vencido.

1868 Dezenove de Dezembro 29 de Agosto edição 919 Martins Lopes pág1.

1868 Dezenove de Dezembro 16 de Setembro edição 924  Martins Lopes pág 3.

Mais tarde bati-me para que a Estrada de Ferro de penetração, que, de Curitiba se dirigia para os Campos Gerais passasse por Campo Largo, demonstrando por todos os meios as vantagens deste traçado.

1869 Dezenove de Dezembro 27 de Fevereiro edição 971  Martins Lopes pág 2.

1872  Dezenove de Dezembro 12 de Outubro edição 1343  João Luiz Pereira pág 2

1872  Dezenove de Dezembro 24 de Agosto edição 1330  João Luiz Pereira pág 2

1876 Almanake Provincial do Paraná página 230

1885 Dezenove de Dezembro 19 de Setembro edição 119  Martins Lopes pág 1 A

Fui ainda uma vez vencido. Estes fatos causaram-me decepções profundas. Afastei-me da política cheio de desilusões.

O 15 de Novembro de 1889, veio encontrar-me já desligado da política.

Eu era admirador do caratés do Imperador, mas não lamentei sua sorte, por que sempre entendi que ninguém tem o direito de governar os outros, que o trabalho do governo é mais um ônus do que um bônus para quem o exerce.

Novo Partido

Estudando o regime que se inaugurava, eu e meu irmão José Ribeiro de Macedo com o qual sempre fui solidário em política, como em tudo, entendemos que havia um grande defeito no sistema presidencialista “A perpetuidade do poder”.

Pensamos que o meio de sanar esse defeito, seria o de criar um partido que tivesse por lema a plena liberdade de voto, sendo garantido a todos, os empregos ou subvenções  que tivessem no caso de votarem contra o governo, e adotando-se providencias para ser garantido ao partido da oposição, o terço do congresso.

Pondo em prática as nossas ideias, criamos um novo partido de que era o Chefe o meu citado irmão e no qual demos a denominação de Partido Democrático.

Esse partido foi logo aceito em diversas localidades criou um órgão de imprensa de Curitiba de que foi diretor o meu primo Ricardo de Souza Dias Negrão, e redator o insigne jornalista José Francisco da Rocha Pombo.

Chegou a ser organizada chapa para governador e par ao terço do congresso do estado, mas dado o balanço dos elementos com quem contava o partido nas diversas localidades, conheceu-se que era baldado o empenho de regenerar o pais por meio do voto, que a grande maioria acompanhava o Governo por causa dos empregos e das posições e que por isso o resultado seria por anos negativo. Abandonamos a luta.Extinto o Partido Democrático, o Dr. Vicente Machado, um dos chefes de mais alta visão e de maior prestigio que o partido republicano tem tido até agora no Paraná, aplicou os maiores esforços para atrairmos ao seu partido.

Incluiu-me sem me comunicar na chapa para vice presidente do Estado, do que avisado por dois amigos, os Srs. Sebastião Santana Lobo e Jose Olyntho Mendes de Sá que me telegrafaram felicitando, expedi no mesmo instante um telegrama agradecendo o Dr. Vicente Machado, agradecendo mas pedindo escusa por não querer envolver-me em política.

Foi meu nome retirado da chapa antes de ser publicada.

Mais uma vez convidou-me para o lugar de Deputado do Congresso do Estado que também não aceitei.

Supondo que minha recusa era devido a aspirar posição mais elevada mandou em um dos quatrienos um emissário de Curitiba a Antonina, e meu irmão Joaquim Pereira de Macedo, convidaram-me para o cargo de Presidente do Estado.

também não aceitei, porque não desejava posições salientes e me contentava com a minha mediana.

De outra vez, mandou por intermédio de meu amigo Coronel Joaquim Loyola, oferecer-me o cargo de Senador Federal que recusei pelos mesmos motivos.

Prefeitura de Antonina

No ano de 1892, mudei-me de Paranaguá para Antonina.

1892 A Republica 6 de Set de 1892 Leoncio Correia página 1 edição 755.

Um ano mais ou menos depois, vagou o cargo de prefeito deste município.

O chefe do partido situacionista, que era o meu antigo amigo, Coronel Joaquim de Loyola, ofereceu-me o referido cargo. Recusei, mas ele voltou tantas vezes e com tal insistência, dizendo que o município precisava de meus serviços, que eu acabei por declarar-lhe que poderia aceitar por dever de patriotismo, mas com a condição expressa de fazer somente a administração e de não me envolver em política, da qual me achava arredado, declarando-lhe.

Sr. Loyola, o Senhor se arrependerá,  a de vir pedir alguma coisa que eu não possa fazer na posição neutra em que me acho, e por isso é melhor que escolha para prefeito um correligionário que atenda às necessidades do partido.

Aquele saudoso amigo com a bonhomia que lhe era habitual respondeu:

Aceito assim mesmo, porque o conheço e sei que nada fara que não seja pelo bem do município.

Em consequência, inclui-me na chapa na qual não houve peito, sendo que dos eleitores não compareceram tive votação unanime.

No meu papel de neutro não compareci a eleição e nem soube quem em mim votou.

Nesse quatriênio e no que se lhe seguiu em que aceitei as mesmas condições a reeleição para concluir os melhoramentos que tinha iniciado, fiz o que me foi possível em prol do município.

1894  5 de fevereiro A Federação edição 5 Julio Koch.

Esteve a frente da Comissão de empréstimos de Guerra na Revolução Federalista de 1894.

Antonina não tinha mercado e entendi que isso constituía uma lacuna que se tornava necessário preencher.

Como a renda não chegava e porque era uma obra de vulto, desisti dos vencimentos de prefeito para aplicar a esse serviço, e comecei a concluir o mercado, que é o único que até agora existe.

A Impressora Hebdomadario Comericial 1899, pág 2.

Este mercado produz anualmente para o município a renda de oito contos de reis por ano; por isso nos 27 anos decorridos da data de sua construção até hoje, mesmo que nos princípios  não rendesse tanto, tem concorrido com mais de cem contos para os cofres do município, o que posso dizes sem falsa modéstia, é devido a minha ação pessoal.

1910 A Republica 2 de Setembro edição 206 página 1.

Não havia casa para as sessões da camara, comprei uma casa de sobrado antiga e o reformamos tornando-se um bom prédio, onde funcionou a câmara e prefeitura até 1914, ano em que foi tudo mudado para outra casa á Rua 15 de Novembro, que também comprei e fiz reconstruir em outra minha administração, sendo a antiga casa vendida pelo meu sucessor.

A água para o consumo da população obtida no lugar denominado Laranjeira era conduzida em carroças ou por particulares para a cidade, aonde não havia chafariz. Por falta de regular captação das aguas e consequente reservatório, a agua corria dia e noite por uma bica, com grave desperdício, para melhor aproveitá-la, mandei fazer uma caixa de agua no lugar aonde existia a bica e trazer canos até dois chafarizes que mandei construir e que até agora existem.

Nova Prefeitura

No ano de 1912 tinha de se realizar a eleição municipal para um novo quatriênio. Diversos amigos novamente insistiram para que eu aceitasse mais uma vez a indicação de meu nome para ocupar o lugar de Prefeito.

Com relutância aceitei, porque como das outras vezes as posições não me seduziam.

Fizera nos quatriênios anteriores, administrações a contento geral, e por isso foi grande a minha surpresa, por ter sido a minha nova candidatura recebida com hostilidade imprevista e injustificada.

Eu não desejava cargo, porém me vi obrigado a aceitar a luta que foi uma das mais empenhadas que tem havido no Paraná. A eleição correu renhida, e debatida perante os tribunais, tive ganho de causa.

O Maçom

Entre o Comp e o Esquadro pág 58.

Foi Venerável da Loja Estrela de Antonina no período de  1901 e 1902.

Minha Terceira Administração

Investido a cargo tomei posse no dia 21 de setembro de 1912.

Comecei logo a fazer melhoramentos na cidade, de acordo com os recursos orçamentários.

Como o Governo do Estado tivesse realizado um empréstimo externo para aplicar em melhoramentos públicos, e estivesse fazendo o empréstimo a outros municípios, solicitei de acordo com a câmara municipal um empréstimo de seiscentos contos de reis  para pagar a dívida contraída com outra administração, para a iluminação elétrica, calçar as ruas a paralelepípedos e realizar melhoramentos.

O Governo acedeu e foi efetuado o empréstimo.

Com estes recursos, remodelei a cidade calçando as ruas, comprando e fazendo reconstruir um sobrado para palácio municipal; dotando a cidade de uma bela praça ajardinada que nada ficava a dever as melhores do estado;  estabelecendo um guindaste a vapor a fim de ficar o porto aparelhado a receber cargas de grande peso, mandei arborizar as ruas construindo um novo armazém de alvenaria junto ao antigo barracão, para aumentar os depósitos  do porto, no sentido de facilitar a carga e a descarga de modo que deixando a administração em 2 de setembro de 1916 Antonina era outra; muito diferente do que 4 anos antes.Não descuidei também do problema do abastecimento de água de que já me havia ocupado, fazendo chafarizes em uma de minhas administrações anteriores.

Indo ao lugar denominado SAIVA, verifiquei que ali havia boa e abundante água, e feitos os estudos precisos e obtido a autorização da câmara, contratei o serviço com o Sr. Henrique Frank que fez uma sólida barragem, gastando nela 250 barricas de cimento por conta da municipalidade.

Para encaminhas a água, somente faltava os canos, mas não tendo o Sr Frank podido terminar o serviço no prazo designado no contrato, requereu a câmara novo prazo que não lhe foi concedido.

Neste estado ficou serviço quando deixei o cargo, por ter findado o meu quatriênio.

Da ilustre camara municipal desta cidade, tendo e atenção aos relevantes serviços prestados pelo benemérito cidadão Coronel Antonio Ribeiro de Macedo durante o período de sua prefeitura no quatrienio findo, já na reforma da cidade , remodelando as suas ruas pelo atual calçamento e outros melhoramentos públicos, já facilitando ao público em suas reconstruções, já finalmente suavizando a cobrança dos impostos e conservado as antigas taxas, além de  sua reconhecida e proverbial honestidade, deliberou votar esta moção de reconhecimento ao venerando paranaense para que fique transcrita na ata desta primeira sessão e da qual se extrairá copia para enviar ao preclaro ex-prefeito municipal de Antonina o de afirmar no presente e no futuro que o povo desta cidade sabe ser grato aqueles que dedicam seus esforços pela  prosperidade de Antonina. Sala das sessões em 27 de novembro de 1916 Assinados Sebastiao Damaso de Souza, presidente e demais camaristas.Meus Escritos

Os meus primeiros escritos dados a luz da publicidade foram de polemica amistosa com o Sr. Capitão Manoel do Nascimento Abreu, talentoso advogado provisionado (Maranhense), que foi Deputado Provincial e fez saliente figura nas lutas políticas de seu tempo.

Depois continuei a escrever artigos nos jornais do estado, desde a mocidade, sobre comercio, politica, indústria, lavoura, colonização, portos, cambio, instrução publica, estradas de rodagem e de ferro, minas, questão de limites, descrições de viagens, relatórios, além de polêmicas sobre diversos assuntos.

Em 1902 fundei o jornal “O Progresso” que tratava de assuntos econômicos e de interesses gerais.

Este jornal fez época

Publiquei em Folhetos

A Miséria que não pé possível de evitar?

Fazendo dele distribuição gratuita

“Questão de limites com Santa Catarina”

“Salve o Paraná” sobre Erva mate á custa de associações que também distribuíam gratuitamente.

Escrevi uma “História de Porto de Cima” que emprestei e não me foi restituída, não tendo guardado cópia.

Interessante história nos conta Vicente Nascimento Junior em sua obra “História Crónicas e Lendas” de Paranaguá na página 242  editado em 1980, nos conta que quando da visita do Imperador em Porto de Cima houve um “Viva a República” dado por ninguém menos que Antonio Ribeiro de Macedo jovem na época

Na revista do Instituto Histórico e Geográfico brasileiro, foi publicado um trabalho meu denominado “Breves Informações sobre a Província do Paraná”  esta instituição me deu o título de sócio correspondente.

Rudimentos de Astronomia e Metereologia – este pequeno trabalho fiz com o intento de difundir entre as classes populares, conhecimentos que todos devem possuir para que o homem do povo, mesmo o menos instruído, conheça a causa dos fenômenos que todos os dias estão vendo, para que não faça ideias absurdas e disparadas dos fenômenos os mais simples, como das causas dos eclipses, das mares, dos ventos e de todos os outros.

Tais conhecimentos se poderá adquirir praticamente por meio da leitura desse pequeno livro de 82 páginas em que com clareza e precisão , e em linguagem ao alcance de todas as inteligências, para que não se ignores, são explicadas as causas de todos esses fenômenos, e também que se sabe relativamente a marcha dos astros e planetas no espaço infinito, parecendo que seria de real utilidade para o povo, que o ensino assim praticamente dado, fosse incluído entre as matérias a serem estudadas pelos alunos que já soubesses ler nas escolas primarias.

De todos os meus trabalhos, aquele a que me ligo maior apreço e o que se refere a questão social e da miséria.

Estudando o assunto que foi objeto de constantes cogitações desde a minha mocidade, cheguei a conclusão de que a miséria podia ser abolida por meio das medidas que indiquei em meu folheto.

Muitas felicitações recebi quando o dei a publicidade, mas nisso consistiu o apoio que tive.

Supondo que todos deviam se interessar pelo assunto, cheguei a fazer uma petição ao poder Legislativo Federal, pedindo auxilio na criação  de um núcleo agrícola modelo, que eu me propunha a ir pessoalmente  administrar para executar meu plano. Enviei muitos exemplares do meu folheto acompanhado esta petição. Retirei porem o pedido, mesmo antes de ser discutido, por compreender desde logo pela linguagem de alguns deputados com os quais me entendi que não teria decisão favorável.

            Falando de deputados devo fazer uma exceção ao SR DR Carlos Cavalcanti que então exercia esse cargo  que esposando sempre boas causas mostou boa vontade em auxiliar-me

Anos depois um ilustre deputado federal ardoroso e brilhante tribuno, que eu não conhecia DR Estevão lobo, filho do eminentíssimo brasileiro Dr. Américo Lobo Leite Pereira, de saudosa memória, que foi Governador do Paraná no Governo Provisório e Ministro do Supremo Tribunal Federal, tendo tido a ocasião de fazer a leitura de meu folheto, de que em viagem de vapor lhe foi oferecido por meu irmão, de saudosa memoria, Jose Ribeiro de Macedo, mostrou-se de inteiro de acordo com as minhas ideias e escreveu-me uma longa carta, encarecendo o meu trabalho e lembrando que o convertesse em um projeto de lei, remetendo a ele para apresentar na câmara de deputados o qual fazia parte.

Foi para mim motivo de alegria encontrar assim inesperadamente um homem que havia me compreendido, mas essa alegria durou pouco por que antes de fazer o trabalho por ele indicado, faleceu aquele apostolo do bem, ficando o assunto sem o menor seguimento.

Resolvi mais tarde escrever ao Grande Ruy Barbosa cuja candidatura ao cargo de Presidente da República eu havia apoiado com esforço, pelo que ele havia dirigido a mim um telegrama expressivo de agradecimento

Com a carta que escrevi, enviei um exemplar do folheto, e pedia ao grande tribuno o seu valioso apoio a um pedido que eu dirigiria ao poder legislativo para a criação de um centro agrícola modelo, caso ele se prestasse a patrociná-lo.

Nem me respondeu.

Seria porque pairando nas alturas que o elevavam as grandes questões de que  se ocupava, tendentes a alargar as liberdade públicas, julgava demasiado prosaico investigar se o povo tinha ou não fome?

Ou se poderiam a minha carta e folheto não ter chegando ao seu conhecimento?

E a hipótese mais plausível porque preceder de acordo com a primeira, não seria próprio de um grande cidadão.

Tendo sido publicado meu trabalho em 1902 e por isso há 24 anos, pensei que muitos não deviam conhece-lo, e que seria de bom aviso reedita-lo

Fiz efetivamente em uma seria de artigos publicados na Gazeta do povo no ano de 1924.

A ideia porem está absolutamente estacionária.

Se porém, não tem caminhado quanto a organização com que sonhei para extinguir  miséria tem progredido e muito em relação pratica da caridade que, se não dá  golpe de sorte ao mal, diminui ele de modo sensível

Conclusão

Termino aqui estas memórias no ao de 1925, aos 83 anos de idade. Não sei ainda por quanto tempo me será permitido manter-me nesta peregrinação terrestre, mas o certo é que , a minha vida literária já terminou por me ser necessário, segundo prescrição medica, abster-me de todo o trabalho intelectual, que pode prejudicar a minha saúde; ótima ante o ano que findou, mas desde este tempo, seriamente abalada.

O meu último trabalho foi a “Descrição da Passagem de Dom Pedro II pelo Porto de Cima”, publicado na revista do Instituto Histórico Geográfico do Paraná em 2 de Dezembro de 1925.

Este foi meu “Canto do Cisne”

Faleceu em 23 de Setembro de 1931 com 89 anos de idade.

FamilySearch Registros de Obitos Antonina 1930-1933.

FamilySearch Registros de Obitos Antonina 1930-1933.

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Pesquisa feita por Hamilton Ferreira Sampaio Junior.

Referencias:

JUNIOR, Hamilton. Entre o Compasso e o Esquadro: Gênese da Formação das Lojas no Paraná entre 1830 e 1930.. In: ENTRE o Compasso e o Esquadro. 1. ed. Curitiba: [s. n.], 2019. v. 20, cap. 1, p. 177. ISBN 978-65-900604-0-2.

NEGRAO, Francisco. GENEALOGIA PARANAENSE: GENEALOGIA PARANAENSE. In: GENEALOGIA PARANAENSE: GENEALOGIA PARANAENSE. 1. ed. Curitiba: Impresora paranaense, 1926. v. 1, cap. 1, p. 169. ISBN 000000000000000000000000.

↑ Ir para: a b c d e f g h i j k Alessandro Cavassin Alves (2014). «A Província do Paraná (1853-1889) a classe política. A parentela no governo.» (PDF). Universidade Federal do Paraná – Tese de Doutorado em Sociologia. Consultado em 26 de junho de 2018

 «Catálogo seletivo de documentos referentes aos africanos e afrodescendentes livres e escravos» (PDF). Arquivo Público do Paraná. 2005. Consultado em 26 de junho de 2018

 «Loja Estrela de Antonina nº 0.190: Resumo Histórico – Participantes». Museu Maçônico Paranaense. Consultado em 26 de junho de 2018

 «Antonina – Praça Coronel Macedo». Nossos Litoral do Paraná. Consultado em 26 de junho de 2018

 «Turismo – Praça Coronel Macedo». Portal Antonina. Consultado em 26 de junho de 2018

 «Praça Coronel Macedo». Prefeitura Municipal de Antonina. Consultado em 26 de junho de

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